Anexos cutâneos são estruturas que se originam da epiderme, a camada mais externa da pele, e possuem funções específicas, complementando as funções da pele. Essas estruturas são como "acessórios" da pele, cada um com sua particularidade e importância que, combinadas, desempenham diversas funções essenciais. É importante lembrar que a pele é o maior órgão do corpo humano e, sendo composta por estruturas complexas e interligadas, um estudo aprofundado sobre a pele e seus anexos é fundamental para profissionais da saúde, esteticistas e para qualquer pessoa interessada em cuidar da sua saúde e beleza, através das mais diversas técnicas existentes na atualidade, para que o profissional seja capaz de realizar o seu trabalho de maneira correta, segura, eficaz, além de possibilitá-lo orientar adequadamente os seus clientes.
São anexos cutâneos
Os pelos: Protegem contra o frio, atuam como sensores táteis e auxiliam na expressão facial
As unhas: Protegem as pontas dos dedos, facilitam a preensão de objetos e servem como ferramentas.
Glândulas sebáceas: Produzem o sebo, uma substância oleosa que lubrifica a pele e os pelos.
Glândulas sudoríparas: Produzem o suor, que auxilia na regulação da temperatura corporal.
Figura 1 – Sistema Tegumentar
Fonte: NerixShop anatomia da pele humana dermatologia
Para compreendermos essas estruturas e realizarmos o melhor tratamento estético da pele e dos seus anexos, é importante que revisemos o conhecimento da anatomia e da fisiologia da pele. Em outras palavras, é importante relembrar as estruturas da pele e as suas respectivas funções.
Anatomicamente, a pele é constituída por três camadas principais:
Epiderme: Camada externa, composta por células epiteliais que se renovam constantemente. É responsável pela proteção contra agressões externas, como microrganismos e radiação ultravioleta.
Derme: Camada intermediária, rica em vasos sanguíneos, nervos, glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pilosos e receptores sensoriais. A derme confere resistência e elasticidade à pele.
Hipoderme: Camada mais profunda, composta principalmente por tecido adiposo, que atua como isolante térmico e reserva de energia.
Essas estruturas funcionam de forma interdependentes para desempenhar uma série de funções. A pele serve como barreira contra agentes físicos, químicos e biológicos; regula a temperatura corporal através da sudorese e da vasoconstrição/vasodilatação; permite a percepção de estímulos táteis, térmicos e dolorosos; elimina substâncias tóxicas através do suor, atua na imunidade como a primeira linha de defesa do organismo contra infecções e, além disso, a exposição solar na pele estimula a produção de vitamina D, essencial para a saúde dos ossos.
As três camadas principais dividem-se, ainda, em subcamadas que têm funções específicas descritas a seguir:
Epiderme: A camada mais externa, formada por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado, a nossa primeira linha de defesa contra agressões externas, se divide em:
Camada córnea: A camada mais superficial, composta por células mortas repletas de queratina, que conferem impermeabilidade à pele.
Camada lúcida: Presente apenas em áreas de pele espessa, como as palmas das mãos e plantas dos pés.
Camada granulosa: Contém grânulos de queratohialina, que se transformarão em queratina.
Camada espinhosa: Composta por células poliédricas unidas por desmossomos, que conferem resistência à pele.
Camada basal: A camada mais profunda, onde ocorre a proliferação celular.
Imagem - Epiderme
Fonte: med.estrategia
A epiderme está em constante renovação. Esse processo é fundamental para manter a integridade da pele e garantir sua função de proteção. A formação do estrato córneo, a camada mais externa e morta da epiderme, é o resultado desse processo de renovação celular. A camada basal da epiderme é onde se encontram as células-tronco epiteliais. Essas células se dividem por mitose, dando origem a novas células que migram para as camadas superiores. Conforme as células migram para a superfície, elas passam por um processo de diferenciação, adquirindo características específicas de cada camada. À medida que se afastam da derme e dos vasos sanguíneos, as células começam a produzir queratina, uma proteína fibrosa que confere rigidez e impermeabilidade à pele. Ao mesmo tempo, os núcleos celulares e as organelas degeneram. As células mais superficiais, repletas de queratina e sem núcleo, formam o estrato córneo. Essas células mortas são continuamente descamadas, sendo substituídas por novas células provenientes das camadas mais profundas.
A queratina desempenha um papel fundamental na formação do estrato córneo, a camada mais externa da epiderme. Ela confere à pele suas propriedades de impermeabilidade, proteção e resistência. Sintetizada de forma mais intensa na camada granulosa, as células produzem grandes quantidades de filamentos de queratina, que se agregam formando tonofibrilas. Além da queratina, as células da camada granulosa também produzem grânulos de queratohialina, que contêm proteínas ricas em cisteína. Essas proteínas são essenciais para a formação de pontes dissulfeto, que conferem à queratina sua rigidez e resistência.
Como descrito anteriormente, à medida que as células migram para a superfície da epiderme, elas sofrem um processo de apoptose, ou morte celular programada. O núcleo e as organelas celulares degeneram, e as células se achatam e perdem suas conexões com as células vizinhas. As tonofibrilas se entrelaçam e se compactam, formando um envelope de queratina ao redor da célula. As células mortas e repletas de queratina formam o estrato córneo. As pontes dissulfeto entre as moléculas de queratina conferem ao estrato córneo sua elevada resistência e impermeabilidade. As células do estrato córneo são continuamente descamadas e substituídas por novas células provenientes das camadas mais profundas da epiderme.
Derme: A camada intermediária da pele é uma estrutura complexa composta por tecido conjuntivo denso e desempenha um papel crucial na sustentação, nutrição e proteção da epiderme. Ela pode ser subdividida em duas camadas principais:
Camada papilar: É a camada mais superficial da derme, logo abaixo da epiderme, com papilas dérmicas que se interdigitam com a epiderme, aumentando a área de contato e a adesão entre as duas camadas. É formada por tecido conjuntivo frouxo, rica em vasos sanguíneos, terminações nervosas e células como os fibroblastos. Apresenta projeções digitiformes chamadas papilas dérmicas que se encaixam nas cristas epidérmicas, aumentando a área de contato entre as duas camadas e proporcionando maior adesão. Dentre as suas funções estão:
Nutrição da epiderme: Os vasos sanguíneos presentes na camada papilar são responsáveis por fornecer nutrientes e oxigênio para as células da epiderme.
As terminações nervosas presentes nessa camada são responsáveis pela sensibilidade tátil, térmica e dolorosa da pele.
As cristas epidérmicas, que se moldam às papilas dérmicas, formam os padrões únicos das impressões digitais.
Os fibroblastos, células presentes na derme, são os principais responsáveis pela produção das proteínas que compõem a matriz extracelular, como o colágeno e a elastina. Essa matriz extracelular é fundamental para fornecer estrutura, resistência e elasticidade à pele. Essa matriz serve como um arcabouço para as células da epiderme, fornecendo suporte e organizando os tecidos. Quando a pele sofre uma lesão, os fibroblastos migram para a área danificada e iniciam o processo de reparo. Eles sintetizam novas proteínas para preencher a ferida e restaurar a integridade da pele. Além disso, os fibroblastos se comunicam com outras células da pele, como as células epiteliais e as células imunes, através de sinais químicos. Essa comunicação é essencial para coordenar os processos de renovação e reparo da pele. Os fibroblastos também são responsáveis pela liberação de fatores de crescimento que estimulam a proliferação e a diferenciação das células epiteliais.
Camada reticular: É a camada mais profunda e espessa da derme. É formada por tecido conjuntivo denso não modelado, rico em fibras colágenas e elásticas, que conferem resistência e elasticidade à pele, permitindo que ela se estique e retorne ao seu estado original, além de vasos sanguíneos, linfáticos e anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas). Dentre as funções desta camada estão:
Fibras Colágenas: São as fibras mais abundantes na camada reticular, formadas por uma proteína chamada colágeno. Essas fibras se organizam em feixes densos, conferindo à pele resistência à tração e tensão. Proporcionam a resistência da pele, evitando que ela se rasgue com facilidade. A disposição das fibras colágenas varia de acordo com as linhas de força da pele, o que influencia a cicatrização de feridas.
Fibras Elásticas: São fibras finas e ramificadas, compostas por elastina. Conferem à pele elasticidade, permitindo que ela se estique e retorne ao seu estado original. Permitem que a pele se adapte a mudanças de volume, como durante o ganho ou perda de peso, e também contribuem para a expressão facial.
Vasos Sanguíneos: Uma rede de vasos sanguíneos percorre a camada reticular, fornecendo nutrientes e oxigênio para as células da pele e removendo os produtos do metabolismo. Nutrição da pele, regulação da temperatura corporal através da vasodilatação e vasoconstrição, e participação nos processos inflamatórios.
Vasos Linfáticos: Vasos finos que drenam o líquido intersticial e as proteínas de volta para a circulação sanguínea. Removem as substâncias estranhas e células mortas, contribuindo para a defesa imunológica da pele.
Anexos Cutâneos: Desempenham diversas funções, como proteção, termorregulação e percepção sensorial.
Folículos pilosos: Estrutura onde os pelos se desenvolvem.
Figura - Derme
Fonte: Maximus Clinica e Estética
Hipoderme: A camada mais profunda é composta principalmente por tecido conjuntivo frouxo, com uma quantidade variável de tecido adiposo (gordura). A quantidade de gordura varia de acordo com a região do corpo, sexo, idade e estado nutricional do indivíduo. Dentre as funções desta camada estão:
Reserva de energia: O tecido adiposo armazena energia na forma de triglicerídeos, que podem ser utilizados pelo organismo em momentos de necessidade.
Isolamento térmico: A camada de gordura atua como isolante térmico, ajudando a manter a temperatura corporal constante.
Proteção: A hipoderme protege os órgãos internos contra traumas e choques mecânicos.
Modelagem corporal: A distribuição de gordura na hipoderme contribui para a forma do corpo.
Armazenamento de água: O tecido adiposo pode armazenar água, atuando como um reservatório hídrico.
Figura - Hipoderme
Fonte: Issuu – Manual para prevenção de lesões da pele
A estrutura dos anexos cutâneos é complexa e varia de acordo com o tipo de anexo. São estruturas derivadas da epiderme que se projetam para a derme, desempenhando diversas funções importantes para o organismo. Em geral, eles são formados durante o desenvolvimento embrionário por um epitélio de revestimento, uma membrana basal e uma cápsula de tecido conjuntivo e estão intimamente relacionados com a pele, contribuindo para suas funções de proteção, termorregulação e percepção sensorial.
A inervação e a vascularização dos anexos cutâneos variam de acordo com sua função. Por exemplo, os folículos pilosos possuem terminações nervosas associadas aos músculos eretores do pelo, permitindo a percepção de toque e a resposta a estímulos como frio ou medo. As glândulas sudoríparas são ricamente vascularizadas para facilitar a produção e a liberação do suor.
Inervação dos Anexos Cutâneos: A inervação dos anexos cutâneos é composta principalmente por fibras nervosas sensitivas e autônomas.
Fibras Sensitivas:
Corpúsculos de Pacini: Detectam pressão profunda e vibração.
Corpúsculos de Meissner: Responsáveis pela percepção do tato fino.
Terminações nervosas livres: Detectam dor, temperatura e prurido.
Fibras Autônomas:
Sistema Nervoso Simpático: Regula a secreção das glândulas sudoríparas e a contração dos músculos eretores do pelo.
Sistema Nervoso Parassimpático: Tem menor influência nos anexos cutâneos, mas pode estar envolvido em algumas funções, como a ereção dos pelos pubianos.
Dentre as funções da inervação, temos a percepção sensorial, a inervação permite a percepção de toque, pressão, temperatura e dor, bem como a regulação da função, a inervação controla a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas, a contração dos músculos eretores do pelo e o crescimento dos pelos.
Vascularização dos Anexos Cutâneos: A vascularização dos anexos cutâneos é proveniente de uma rica rede de vasos sanguíneos presentes na derme. Os vasos sanguíneos penetram nos anexos cutâneos, fornecendo oxigênio e nutrientes e removendo os produtos do metabolismo.
Dentre as funções da vascularização estão a nutrição, a vascularização fornece nutrientes e oxigênio para as células dos anexos cutâneos; a termorregulação, pois auxilia na regulação da temperatura corporal através da vasodilatação e vasoconstrição e a vascularização também participa dos processos inflamatórios, permitindo a migração de células de defesa para o local da lesão.
Veja na tabela 1 a descrição da função por tipo de anexo cutâneo
Tabela 1 – Inervação e Vascularização por Tipo de Anexo Cutâneo
Anexo Cutâneo
Inervação
Vascularização
Função Principal
Folículo Piloso
Sensitiva (tato, dor) e autônoma (contração do músculo eretor do pelo)
Rica vascularização para nutrir a matriz germinativa
Proteção, percepção sensorial, isolamento térmico
Glândula Sebácea
Autônoma (simpática)
Moderada vascularização
Produção de sebo para lubrificação da pele e dos pelos
Glândula Sudorípara Écrina
Rica vascularização
Termorregulação
Glândula Sudorípara Apócrina
Feromônios e comunicação química
Unha
Sensitiva (dor)
Proteção da ponta dos dedos
Vejamos, portanto, mais detalhe por anexo:
O pelo é um dos anexos cutâneos mais visíveis e importantes do corpo humano. Os pelos são filamentos queratinizados que se formam a partir de uma invaginação da epiderme chamada de folículo piloso, onde as células se dividem e se queratinizam. Esse folículo se estende para a derme e, em alguns casos, até a hipoderme. Ligado ao folículo piloso está o músculo eretor do pelo que é acionado e o arrepia quando o indivíduo é exposto a situações específicas, desempenhando diversas funções a exemplo da proteção contra a radiação solar, isolamento térmico e percepção sensorial. A musculatura eretor do pelo permite que os pelos se eriçam, formando a "pele de galinha", em resposta a estímulos como frio ou medo. Na base do folículo piloso, encontra-se uma papila dérmica, uma pequena protuberância da derme, estrutura microscópica de fundamental importância para o crescimento do pelo que se encaixa perfeitamente no bulbo capilar, rica em vasos sanguíneos e nervos, que fornece nutrientes para as células que formam o pelo. Os pelos crescem a partir da raiz do folículo piloso,.
Figura – Anatomia do Pelo
Fonte: Slide Serve Anexos Cutâneos Derivados da Pele
A partir da imagem acima, a descrição de cada parte do pelo nos ajuda a compreender melhor a dinâmica deste anexo cutâneo. Vejamos a seguir:
O folículo piloso é uma estrutura complexa localizada na pele, responsável pela produção e crescimento dos pelos. Imagine-o como uma pequena fábrica de cabelos, onde cada fio se desenvolve e cresce. O folículo piloso é uma estrutura essencial para a saúde e beleza dos nossos cabelos. Ao entender como ele funciona, podemos tomar melhores cuidados com os nossos fios e tratar possíveis problemas capilares de forma mais eficaz. A principal função do folículo é produzir novos fios de cabelo, substituindo os que caem naturalmente, além disso, o folículo fixa o pelo à pele, garantindo sua estabilidade e controla o ciclo de crescimento do cabelo, que inclui as fases anágena (crescimento), catágena (transição) e telógena (repouso). A saúde do folículo piloso determina a qualidade do cabelo, influenciando sua espessura, cor e brilho, muitas causas de queda de cabelo estão relacionadas a problemas no folículo piloso, como inflamações, alterações hormonais ou distúrbios autoimunes. Muitos tratamentos para queda de cabelo e calvície visam estimular a atividade dos folículos pilosos, promovendo o crescimento de novos fios.
O folículo piloso é formado por:
Bulbo Capilar: A parte mais profunda do folículo, onde as células se multiplicam para formar o novo fio de cabelo.
Papila Dérmica: Uma protuberância da derme que penetra no bulbo, fornecendo nutrientes e sinais para o crescimento capilar.
Raiz do Pelo: A parte do pelo que está dentro da pele, conectada ao bulbo.
Haste do Pelo: A parte visível do pelo que emerge da pele.
Glândula Sebácea: Produz sebo, uma substância oleosa que lubrifica o cabelo e a pele.
Músculo Erector do Pelo: Um pequeno músculo que faz o pelo "ficar de pé" em situações de frio ou medo.
Vejamos em detalhes estas estruturas:
Bulbo Capilar
O bulbo capilar é a parte mais profunda e vital do folículo piloso, que é a estrutura onde o cabelo cresce. É como a raiz de uma planta, fornecendo os nutrientes e as células necessárias para a formação de novos fios.
Imagine o bulbo como uma pequena fábrica de cabelo: dentro dele, ocorrem todos os processos biológicos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos fios.
Produção de novas células: É a fábrica de células que compõem o fio de cabelo. As células da matriz capilar se multiplicam e se diferenciam aqui, dando origem ao novo fio.
Fixação do pelo: O bulbo se ancora na papila dérmica, fixando o pelo à pele.
Raiz do Pelo
Continuação do crescimento: A raiz é a parte do pelo que ainda está dentro da pele, continuando o crescimento iniciado no bulbo.
Haste do Pelo
Proteção: A haste é a parte visível do pelo e tem a função de proteger a pele contra atrito, radiação solar e entrada de partículas estranhas.
Isolamento térmico: Os pelos retêm uma camada de ar próxima à pele, auxiliando na manutenção da temperatura corporal.
Sensibilidade: Alguns pelos estão associados a receptores sensoriais, permitindo a percepção de toque e movimento.
Na haste temos a seguintes estruturas:
Cutícula: A camada externa, formada por escamas que se sobrepõem como telhas, protege o interior do pelo e dá brilho.
Córtex: A camada intermediária, que confere cor e resistência ao pelo.
Medula: A parte central do pelo, formada por células cheias de ar, que confere flexibilidade ao fio.
Glândulas Sebáceas
As glândulas sebáceas são pequenas estruturas presentes na pele, associadas aos folículos pilosos (onde os pelos crescem), e responsáveis por produzir uma substância oleosa chamada de sebo. As células das glândulas sebáceas sintetizam lipídios que se acumulam no interior da célula. Quando a célula se rompe, o sebo é liberado para a superfície da pele. O sebo desempenha um papel fundamental na saúde da pele e dos pelos, ajuda a manter a pele e os pelos hidratados, evitando o ressecamento excessivo; forma uma barreira protetora contra a perda de água e a penetração de substâncias nocivas, além de tornar a pele e os pelos mais macios e flexíveis, facilitando os movimentos. São importantes para a saúde da pele, mas quando produzem sebo em excesso podem causar problemas como acne e oleosidade. O cuidado com a pele oleosa envolve a limpeza adequada, o uso de produtos específicos e, em alguns casos, tratamento médico.
As glândulas sebáceas são formadas por células que produzem o sebo. Esse sebo é liberado através de ductos que se abrem nos folículos pilosos ou diretamente na superfície da pele. A produção de sebo é influenciada por diversos fatores, como os hormônios sexuais, como a testosterona, estimulam a produção de sebo; a tendência a ter pele oleosa pode ser hereditária, a atividade das glândulas sebáceas varia ao longo da vida, sendo mais intensa na adolescência e fatores externos, como clima e poluição, podem influenciar a produção de sebo.
O excesso de sebo, combinado com a obstrução dos poros, pode levar ao desenvolvimento de acne, de dermartite seborréica, uma inflamação da pele causada pela produção excessiva de sebo, além de deixar a pele com aspecto brilhante e obstruir os poros.
Figura – Glândulas Sebáceas
As unhas são placas córneas, duras e translúcidas que recobrem a extremidade dos dedos das mãos e dos pés. Elas também são consideradas anexos cutâneos, ou seja, estruturas que se originam da epiderme e têm funções específicas. As unhas crescem a partir da matriz ungueal, uma região de células em proliferação localizada na base da unha. As células se queratinizam e se compactam, formando a placa ungueal. Assim como o pelo, a unha possui diferentes partes:
Raiz da unha: A parte da unha que está escondida sob a pele.
Corpo da unha: A parte visível da unha.
Borda livre: A ponta da unha que pode ser cortada.
Cutícula: A faixa de pele que recobre a base da unha.
Matriz ungueal: É a parte da unha localizada abaixo da cutícula. É nessa região que as células se multiplicam e se queratinizam, formando a unha. As células mais antigas são empurradas para frente, fazendo com que a unha cresça.
Leito ungueal: É a pele que fica abaixo da unha e fornece nutrientes para o seu crescimento.
Lúnula: É a parte branca em forma de meia-lua que vemos na base da unha. Representa a área onde as células estão se multiplicando ativamente.
Hiponíquio: É uma área de pele espessa que se localiza sob a borda livre da unha, ou seja, a parte que você corta. Essa região forma uma espécie de selo, ajudando a proteger a ponta do dedo e prevenindo a entrada de bactérias e outros microrganismos.
Eponíquio: É uma estrutura ungueal de extrema importância, muitas vezes confundida com a cutícula. Ele está localizado na base da unha, na dobra ungueal proximal, e possui funções cruciais para a saúde e proteção das unhas. O eponíquio forma uma vedação natural, protegendo a matriz ungueal (onde a unha se forma) de bactérias, fungos e outros agentes externos que podem causar infecções. É no eponíquio que são produzidas as células que darão origem à cutícula. A cutícula, por sua vez, age como uma segunda camada de proteção para a unha. Muitas pessoas confundem o eponíquio com a cutícula, mas são estruturas diferentes: o eponíquio é a parte viva, que produz a cutícula e a cutícula é a parte morta, que adere à placa ungueal e pode ser removida (com cuidado).
O crescimento das unhas é contínuo, mas a velocidade varia de pessoa para pessoa e entre as unhas das mãos e dos pés. Em média, as unhas das mãos crescem cerca de 3 milímetros por mês, enquanto as dos pés crescem mais lentamente. As unhas crescem mais rápido em crianças e jovens.Doenças, má nutrição e medicamentos podem afetar o crescimento das unhas. As unhas tendem a crescer mais rápido no verão. A predisposição genética também influencia o crescimento das unhas.
Dentre as funções das unhas temos a proteção das pontas dos dedos, evitando lesões, a preensão de objetos, bem como ajudam a perceber o toque e a temperatura.
Unhas fracas e quebradiças podem ser causadas por deficiências nutricionais, uso excessivo de produtos químicos ou doenças, unhas encravadas ocorre quando a unha cresce para dentro da pele, causando dor e inflamação. Além disso, infecção por fungos que causam alterações na cor e na textura da unha.
Alguns cuidados com as unhas envolvem hidratação, a manutenção das unhas e a cutícula hidratadas evita o ressecamento, cortar as unhas em linha reta e lixar as pontas evita que encravem; o uso de luvas protege as unhas ao realizar tarefas domésticas e, por fim, uma dieta rica em vitaminas e minerais é essencial para a saúde das unhas.
Figura – Anatomia da unha
Fonte: Cartões: Quizlet exérese de unha
As glândulas sebáceas são anexos cutâneos que, em linhas gerais, têm por função a produção de sebo, uma substância oleosa que lubrifica a pele e os pelos, impedindo o ressecamento e proporcionando uma barreira hidrofóbica. Elas são pequenas estruturas presentes na pele, associadas aos folículos pilosos (onde os pelos crescem), como já mencionado anteriormente, e desempenham um papel crucial na lubrificação da pele e dos pelos. As glândulas sebáceas são estruturas importantes para a saúde da pele, mas quando produzem sebo em excesso podem causar problemas como acne e oleosidade. O cuidado com a pele oleosa envolve a limpeza adequada, o uso de produtos específicos e, em alguns casos, tratamento médico.
O desenvolvimento das glândulas sebáceas é um processo complexo que envolve a proliferação e diferenciação de células ectodérmicas. Se desenvolvem em associação com os folículos pilosos e desempenham um papel crucial na lubrificação da pele e dos pelos. As glândulas sebáceas se originam de invaginações do ectoderma, a camada mais externa do embrião. Durante o desenvolvimento embrionário, essas invaginações se aprofundam na derme e se diferenciam em glândulas, são compostas por células que produzem uma substância oleosa chamada de sebo que é liberado através de ductos que se abrem nos folículos pilosos ou diretamente na superfície da pele. O processo de desenvolvimento se inicia com a invaginação do ectoderma, a camada externa do embrião. Essa invaginação forma um broto epitelial que se aprofunda na derme subjacente. O broto epitelial se alonga e forma uma estrutura em forma de tubo, que dará origem ao folículo piloso. As células do broto epitelial se diferenciam em dois tipos principais:
Células da raiz do pelo: Essas células se multiplicam e se queratinizam para formar o pelo.
Células sebáceas: Essas células se agrupam na base do folículo piloso e se diferenciam em células produtoras de sebo.
As células sebáceas se multiplicam e formam uma estrutura arredondada ou alongada, que se conecta ao folículo piloso através de um ducto excretor. As células sebáceas maduras acumulam lipídios em seu interior e, eventualmente, se rompem, liberando o sebo no folículo piloso.
Como já mencionado neste material, o sebo ajuda a manter a pele e os pelos hidratados, evitando o ressecamento excessivo, forma uma barreira protetora contra a perda de água e a penetração de substâncias nocivas, além de tornar a pele e os pelos mais macios e flexíveis, facilitando os movimentos. O excesso de sebo, combinado com a obstrução dos poros, pode levar ao desenvolvimento de acne; a inflamação da pele causada pela produção excessiva de sebo é chamada de dermatite seborréica, além disso, o excesso de sebo deixa a pele com aspecto brilhante e pode obstruir os poros.
As glândulas sebáceas estão presentes em quase toda a superfície corporal, com exceção das palmas das mãos e das plantas dos pés. Elas são mais abundantes em regiões com maior concentração de pelos, como o couro cabeludo, rosto e tronco.
Figura – Glândula Sebácea
Fonte: Brasil escola
Assim como as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas são pequenas estruturas presentes na pele, responsáveis pela produção de suor. São estruturas importantes para a manutenção da temperatura corporal e a eliminação de substâncias. As células das glândulas sudoríparas absorvem água e eletrólitos do sangue e os secretam na luz do túbulo. A contração das células mioepiteliais promove a expulsão do suor para a superfície da pele. Seu desenvolvimento é um processo complexo que se inicia durante a vida embrionária e é influenciado por diversos fatores. Se originam de invaginações do ectoderma, a camada mais externa do embrião. Durante o desenvolvimento embrionário, essas invaginações se aprofundam na derme e se diferenciam em duas principais categorias de glândulas sudoríparas:
Écrinas: São as mais numerosas e estão distribuídas por todo o corpo. Produzem um suor aquoso e transparente, que desempenha um papel importante na termorregulação.
Apócrinas: São maiores e estão localizadas em áreas específicas, como axilas, virilhas e couro cabeludo. Produzem um suor mais espesso e rico em proteínas, que se torna odorífero quando entra em contato com as bactérias da pele.
O processo de desenvolvimento das glândulas sudoríparas se inicia com a invaginação do ectoderma, formando um broto epitelial que se aprofunda na derme. O broto epitelial se alonga e forma um tubo, que se enrolará para formar a glândula sudorípara. As células do tubo se diferenciam em células secretoras e células mioepiteliais. As células secretoras são responsáveis pela produção do suor, enquanto as células mioepiteliais ajudam a impulsionar o suor para fora da glândula. O ducto sudoríparo se desenvolve a partir da porção superior do tubo e se abre na superfície da pele através de um poro. A genética determina o número e a distribuição das glândulas sudoríparas. Os hormônios sexuais influenciam a atividade das glândulas apócrinas, especialmente durante a puberdade e f atores externos, como temperatura e umidade, podem estimular a atividade das glândulas sudoríparas.
O suor produzido nesta glândula é composto principalmente por água e sais minerais, e desempenha um papel fundamental na regulação da temperatura corporal. O suor evapora da superfície da pele, auxiliando na dissipação do calor e na manutenção da temperatura corporal. Algumas substâncias, como ureia e sódio, são excretadas pelo suor. O suor possui propriedades antibacterianas que ajudam a proteger a pele.
Dentre os problemas relacionados às glândulas sudoríparas temos a hiperidrose, sudorese excessiva, que pode ser causada por fatores físicos, emocionais ou médicos e a anidrose que é a diminuição ou ausência de suor, o que pode levar ao superaquecimento do corpo.
Figura – Glândula sudorípara
Fonte: Leger Tratamento Suor Excessivo
Os pelos corporais, embora possam ser considerados indesejáveis por muitos, são vestígios da nossa evolução. No passado, os pelos corporais desempenhavam um papel importante na termorregulação, protegendo o corpo contra o frio. Hoje em dia, essa função é menos relevante para a maioria das pessoas, mas os pelos ainda estão presentes em nosso corpo, lembrando nossa ancestralidade. Além disso, os pelos do nariz e das orelhas ajudam a filtrar o ar e a proteger as vias respiratórias.
Leia mais sobre alguns mitos e verdades e construção à cerca da depilação no Trabalho: “Tem presença em mim: a não depilação feminina como ferramenta de construção de feminilidades contra hegemônicas. Clicando no link a seguir:
https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/32003/LETCIA~2.PDF?sequence=1&isAllowed=y
A proposta é de um estudo de caso que busca explorar a relação entre a percepção estética e o conhecimento científico sobre os anexos cutâneos em adolescentes. Através de uma abordagem qualitativa, serão investigadas as representações sociais dos adolescentes sobre cabelos, unhas e pele, bem como suas práticas de cuidado e as influências da mídia e da cultura popular nessas práticas.
O estudo e reflexão giram em torno dos seguintes objetivos:
Identificar as principais preocupações estéticas dos adolescentes em relação aos seus anexos cutâneos.
Analisar o nível de conhecimento dos adolescentes sobre a estrutura e função dos anexos cutâneos.
Investigar a influência da mídia e das redes sociais nas práticas de cuidado com a pele, cabelos e unhas.
Verificar a relação entre a percepção estética e a saúde dos anexos cutâneos.
Metodologia:
Participantes: Adolescentes entre 13 e 18 anos, de ambos os sexos, de diferentes classes sociais e etnias.
Coleta de dados:
Grupos focais: Discussões em grupo para explorar as percepções, crenças e práticas dos adolescentes em relação aos anexos cutâneos.
Entrevistas individuais: Entrevistas em profundidade para aprofundar as informações obtidas nos grupos focais.
Análise de conteúdo: Análise de revistas, blogs e redes sociais para identificar as principais tendências estéticas e os padrões de beleza veiculados.
Análise dos dados: Análise qualitativa dos dados coletados, utilizando técnicas de codificação e categorização.
Reflita sobre os possíveis resultados esperados:
Identificação de um amplo repertório de representações sociais sobre os anexos cutâneos, muitas vezes influenciadas pela mídia e pela cultura popular.
Evidenciação de lacunas no conhecimento científico dos adolescentes sobre a estrutura e função dos anexos cutâneos.
Demonstração da importância da estética na motivação para o cuidado com a pele, cabelos e unhas.
Identificação de práticas de cuidado que podem comprometer a saúde dos anexos cutâneos.
Os resultados deste estudo poderão contribuir para o desenvolvimento de programas educativos que promovam a saúde da pele, cabelos e unhas, considerando as percepções e necessidades dos adolescentes. Além disso, os dados coletados poderão servir de base para o desenvolvimento de produtos e serviços mais adequados às demandas desse público.
O estudo pode se desenvolver ainda por diferentes frentes, como:
Comparação entre diferentes grupos de adolescentes (por exemplo, por gênero, classe social ou etnia).
Análise da influência de diferentes tipos de mídia (televisão, revistas, internet) nas percepções e práticas dos adolescentes.
Desenvolvimento de materiais educativos sobre a saúde dos anexos cutâneos, utilizando linguagem e formatos adequados para os adolescentes.
A influência da autoestima na percepção da beleza.
O impacto das cirurgias plásticas e dos tratamentos estéticos na saúde mental.
A relação entre a cultura e os padrões de beleza.
Este estudo de caso pode ser uma excelente oportunidade para explorar a interface entre a ciência, a cultura e a sociedade, contribuindo para uma compreensão mais aprofundada da complexidade da experiência humana.
O mercado da estética está em constante evolução, com novas tecnologias e tratamentos surgindo a cada dia. No que diz respeito aos anexos cutâneos, como cabelos, unhas e pele, as novidades são muitas e prometem resultados cada vez mais eficazes e naturais.
Cabelos:
Tratamentos personalizados: A análise capilar individualizada, com a identificação do tipo de cabelo e das necessidades específicas, permite a criação de protocolos personalizados, com a combinação de diferentes técnicas e produtos.
Bioestimulação capilar: Procedimentos como a mesoterapia capilar, o PRP (Plasma Rico em Plaquetas) e a microagulhamento estão ganhando cada vez mais destaque, estimulando o crescimento capilar e melhorando a qualidade dos fios.
Transplante capilar FUE: A técnica FUE (Follicular Unit Extraction) se tornou o padrão ouro no transplante capilar, por ser menos invasiva e proporcionar resultados mais naturais.
Células-tronco: A pesquisa com células-tronco para o tratamento da calvície é promissora, com estudos demonstrando resultados positivos na regeneração dos folículos pilosos.
Unhas:
Fortalecimento natural: O uso de produtos à base de queratina, biotina e outros nutrientes tem se popularizado para fortalecer as unhas e prevenir o quebradiço.
Manicure russa: Essa técnica, que envolve a remoção completa da cutícula, está ganhando cada vez mais adeptos por proporcionar um acabamento mais natural e duradouro.
Unhas de gel e fibra de vidro: Alternativas mais saudáveis às unhas de acrílico, essas técnicas oferecem maior resistência e durabilidade.
Pele:
Tratamentos combinados: A combinação de diferentes tecnologias, como laser, radiofrequência e peelings químicos, permite tratar diversas condições da pele de forma mais eficaz e personalizada.
Bioestimuladores de colágeno: Produtos injetáveis à base de ácido hialurônico e outros bioestimuladores estão sendo utilizados para melhorar a textura e a firmeza da pele, além de reduzir rugas e linhas de expressão.
Cosméticos personalizados: A possibilidade de criar cosméticos sob medida para as necessidades de cada pele está revolucionando a indústria da beleza.
Tratamentos para melasma e manchas: Novas tecnologias e produtos estão sendo desenvolvidos para tratar o melasma e outras manchas, com resultados mais eficazes e duradouros.
Tendências gerais:
Minimalismo e naturalidade: A busca por resultados naturais e duradouros está cada vez mais presente, com a valorização de tratamentos menos invasivos e com menor tempo de recuperação.
Personalização: A personalização dos tratamentos é fundamental para alcançar os melhores resultados e atender às necessidades individuais de cada paciente.
Tecnologia: A tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante na estética, com o desenvolvimento de novos equipamentos e softwares que permitem tratamentos mais precisos e eficazes.
Sustentabilidade: A preocupação com o meio ambiente e a saúde está levando ao desenvolvimento de produtos e tratamentos mais sustentáveis e naturais.