Unidade 2

Elementos Direito
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Introdução

1. Transparência e Responsabilidade social 

Responsabilidade social (RS) é um conceito que engloba as ações voluntárias de empresas para benefício próprio e benefício de seu público interno (funcionários) e externo (clientes). As empresas que são socialmente responsáveis são aquelas que repensam sua postura, seu comportamento e suas condutas atuais. Elas se organizam e funcionam colocando em prática atitudes que promovam o bem-estar de todos os envolvidos (RODRIGUEZ, 2005).

Embora esse tema não seja exatamente novo (há quase 20 anos,  a responsabilidade social entrou na pauta dos negócios), e o interesse por esse tema ainda vem crescendo. Dentre as ações que as empresas adotam, estão aquelas voltadas para o benefício social e para o meio ambiente.

Observe esse trecho retirado do Livro verde, elaborado pela Comissão das Comunidades Europeias em 2001:

“Ser socialmente responsável não se restringe ao cumprimento de todas as obrigações legais – implica ir mais além através de um ‘maior’ investimento em capital humano, no ambiente e nas relações com outras partes interessadas e comunidades locais.”

Dessa maneira, empresas que buscam ser socialmente responsáveis devem fazer mais do que manda a obrigatoriedade prevista em lei.”

  

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1.1 O que é responsabilidade social e ambiental nas empresas?

Toda organização está inserida em um ambiente, nada funciona de maneira isolada. Logo, toda empresa interage com parceiros, fornecedores, clientes, governo, meio ambiente, entre outros agentes, que estão direta ou indiretamente interessados em suas ações ou produtos.  

 Nessa troca de interesses, produtos e serviços, materiais e recursos financeiros, a empresa passa por perdas e ganhos. Quanto mais prejudicado estiver o meio que a empresa faz parte, mais difíceis/complicadas serão suas interações com o ambiente. E o contrário também é verdadeiro, ou seja: 

Portanto, toda empresa que cria ações de responsabilidade social e ambiental promove um espaço muito mais saudável para trocas de experiências para seus negócios. Observe, a seguir, a definição do Ministério do Meio Ambiente sobre o que a junção da responsabilidade social e ambiental, o que chamamos de “Responsabilidade Socioambiental”:

“Está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e a políticas que tenham como um dos principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão.”

Assim, ao elaborar ações social e ambientalmente responsáveis, a empresa compreende que também é seu dever promover a preservação da sociedade e do meio ambiente (COULTER, 1998).

Fonte: Elabora pela autora, 2021.

Observe ainda que há uma grande diferença entre responsabilidade social, que você acaba de compreender e sustentabilidade que na verdade é atingida por meio de ações socialmente responsáveis implementadas pelas organizações. A sustentabilidade de um negócio, segundo John Elkington, ocorre quando se respeita as pessoas e o meio ambiente na busca pelo retorno econômico financeiro. Observe que se trata do equilíbrio entre pessoas, meio ambiente e lucro. Em inglês, este conceito é conhecido como Triple Bottom Line ou tripé da sustentabilidade. 

Colocando em termos bem simples, a sociedade já não aceita mais empresas que busquem o lucro a qualquer custo, desrespeitando pessoas, assediando-as moralmente no ambiente de trabalho ou pagando salários injustos. Da mesma forma, condena-se as empresas que poluem a água e o ar, prejudicando diretamente a natureza e os seres humanos.

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1.2 Tipos de responsabilidade social

- Vejamos quais são os tipos de responsabilidade social, segundo ALENCASTRO (2010):

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

1.2.1 Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

É um compromisso contínuo da empresa, que adota um conjunto de ações que beneficiam a sociedade e as corporações, levando em consideração a economia, educação, meio-ambiente, saúde, transporte, moradia, atividade locais e governo. Geralmente, são os programas sociais, criados pelas organizações, que geram benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, e da própria população. No geral, cria estratégias e ações diretamente relacionadas ao seu ambiente de negócios.

 

1.2.3 Responsabilidade Social Empresarial (RSE)

A Responsabilidade Social Empresarial elabora campanhas e planejamentos que beneficiam todos os grupos interessados na empresa e a sociedade em geral. A RSE está intimamente ligada a uma gestão ética e transparente que a empresa deve ter nas relações entre a organização e partes interessadas, para minimizar os impactos negativos das suas atividades no meio ambiente e na comunidade.

Um projeto de responsabilidade social só traz consequências positivas para a sociedade, e para a empresa, se for realizado de forma legítima. Um programa de responsabilidade social empresarial pode desenvolver atividades criativas, tais como: incorporação dos conceitos de responsabilidade social à missão da empresa, divulgação desses conceitos entre os funcionários e prestadores de serviço, estabelecimento de princípios ambientalistas como uso de materiais reciclados e a promoção da diversidade no local de trabalho.

A Responsabilidade Social Empresarial geralmente envolve a busca de novas oportunidades como uma maneira de responder às demandas ambientais, sociais e econômicas do mercado. Dentro do conceito de Responsabilidade Social Empresarial que vem sendo incorporado pelas empresas, o público alvo deixa de ser apenas o consumidor e passa a abranger um número muito maior de pessoas e empresas. São os chamados “stakeholders”. O termo “stakeholders” foi criado para designar todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas atuações de uma organização (MATTAR, 2001).

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1.2.4 Responsabilidade Social Ambiental (RSA)

Já RSA pode ser considerada uma das maneiras mais atuais e completas de ser socialmente responsável. Está relacionada com as práticas de preservação do meio ambiente, uma vez que uma empresa responsável, no âmbito social, deve ser conhecida pela criação de políticas responsáveis na área ambiental, objetivando sua sustentabilidade.

As organizações que investem em políticas sustentáveis mostram ao público que são éticas e responsáveis. Com isso, conquistam um grupo de consumidores que priorizam adquirir produtos de empresas com essa política, uma vez que também se preocupam com o meio ambiente e os aspectos sociais. São os chamados “consumidores verdes”. Além disso, a companhia melhora a sua imagem corporativa, principalmente se investir em ações que melhoram a qualidade de vida das comunidades locais, seja ambientalmente ou socialmente.

Outros aspectos da responsabilidade social podem ser vistos no site do Sesi. Deixo aqui um caminho muito bom:

https://www7.fiemg.com.br/sesi/produto/agenda-2030---objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel- 

 

1.3 Por que a responsabilidade social é importante para as organizações?

Os consumidores estão, cada vez mais, exigentes quanto ao posicionamento das empresas, então, as empresas e os profissionais que se mostram socialmente responsáveis se destacam da concorrência. Sobre esse aspecto, vale destacar alguns números apurados por uma pesquisa global da Nielsen. 

Site da pesquisa: 

https://nielseniq.com/global/pt/insights/analysis/2015/escolhas-sustentaveis-como-empresas-socialmente-responsaveis-lucram-com-isso/

Foram feitos levantamentos de dados por três anos consecutivos, envolvendo o tema de responsabilidade socioambiental. Como resultado, foi identificado que há uma crescente preferência do público por empresas comprometidas com um impacto socioambiental positivo.

Resultado: no ano de 2013, 50% dos entrevistados se disseram dispostos a pagar mais por produtos e serviços que vêm de empresas que possuem responsabilidade socioambiental. Em 2014, eles eram 55%. Um ano depois, um salto para 66%. Dessa forma, fica claro que o consumidor moderno (atual) não aceita apenas o discurso de empresas que se denominam éticas, mas prioriza aquelas que, de fato, colocam a responsabilidade social em prática. Por tanto, pensar, elaborar e colocar em prática ações de responsabilidade socioambiental é uma necessidade para as empresas que querem se manter competitivas no mercado.

Outra pesquisa que vale ser vista aqui na disciplina de Ética profissional, foi realizada pelo Instituto Akatu (https://akatu.org.br/pesquisa-akatu-2018-traca-panorama-do-consumo-consciente-no-brasil/)

Batizada de “Barreiras e Gatilhos para o Comportamento Sustentável do Consumidor", ela concluiu que os consumidores dão maior valor às “empresas que cuidam das pessoas, envolvendo os funcionários, os deficientes físicos e a comunidade.” Na pesquisa, cinco ações receberam destaque por parte dos compradores:

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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1.3.1 Quais são as características essenciais da responsabilidade social?

Segundo o Livro Verde, as empresas que querem desenvolver estratégias e ações sociais podem seguir por duas dimensões: uma interna e outra externa.

Vamos ver agora quais são!

Responsabilidade social das empresas: a dimensão interna

Elementos da dimensão interna da responsabilidade social nas empresas:

  • Gestão dos recursos humanos: atrair novos trabalhadores qualificados, incluindo minorias

  • Saúde e segurança no trabalho: promover a saúde de seus colaboradores, para além de obrigações legais

  • Adaptação à mudança: mesmo com as rápidas mudanças globais recentes, levar em conta o interesse de todos os envolvidos em uma reestruturação dos negócios

  • Gestão do impacto ambiental e dos recursos naturais: avaliar e reduzir o impacto ambiental do uso de recursos naturais pela empresa.

Elementos da dimensão externa da responsabilidade social nas empresas:

  • Comunidades locais: promover a boa integração da empresa com a comunidade em que está inserida

  • Parceiros comerciais, fornecedores e consumidores: encontrar soluções para a boa relação entre os envolvidos

  • Direitos Humanos: gerar um compromisso permanente com o cumprimento dos direitos humanos.

  • Preocupações ambientais globais: pensar globalmente as questões de cunho ambiental e avaliar como reduzir danos à natureza.

É importante compreender que uma empresa que desenvolve ações de responsabilidade social pode agir de maneira global ou pontual. Isso significa que mesmo pequenas e médias empresas podem contribuir com a sociedade, ainda que em causas mais específicas. Assim como o profissional autônomo também pode, na sua comunidade ou localidade, realizar ações que tenham cunho social. 

Link para consulta: 

https://fia.com.br/blog/responsabilidade-social/#:~:text=Confira%20o%20que%20envolve%20a,para%20al%C3%A9m%20de%20obriga%C3%A7%C3%B5es%20legais 

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1.3.2 Quais são as responsabilidades sociais de uma empresa?

As empresas têm como principal objetivo a geração de lucros. E não há nada de errado nisso, já que sócios, acionistas e empreendedores buscam retorno sobre seus investimentos. Mas, no atual cenário de rápidas mudanças tecnológicas, sociais, políticas e ambientais, faz-se urgente que os empreendimentos atuem para além dessa expectativa.

Os consumidores buscam por organizações que vendam produtos e serviços que afetem o mínimo possível o meio ambiente e a sociedade. Assim, saem na frente as marcas que conseguem promover a responsabilidade socioambiental enquanto entregam sua oferta. Mas como isso acontece na prática? Afinal, quais são as responsabilidades sociais de uma empresa?

  • Fazer um recrutamento responsável e zelar pela saúde de seus colaboradores;

  • Adaptar-se às mudanças de mercado, promovendo o bem-estar dos funcionários, também é importante.

  • Reduzir ao máximo o impacto ambiental em toda a sua cadeia produtiva é importante para uma empresa que promove a RS.

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A responsabilidade social vem se tornando muito importante para as empresas, e os clientes têm cobrado, cada vez mais, uma postura por parte das corporações e empresas. A preferência do público é por empresas comprometidas com um impacto socioambiental positivo.

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1.3.3 Seis exemplos de responsabilidade social para empresas

Até aqui, vimos que a RS é uma prática realizada por organizações a fim de trazer benefícios sociais e ambientais para sua comunidade interna e externa. Atualmente, as empresas que têm políticas socioambientais ganham destaque entre os consumidores – que, como já dissemos, estão cada vez mais exigentes. Para avançarmos no tema, estão listados abaixo alguns exemplos de práticas de responsabilidade social realizadas no país.

 

1. INVESTIMENTOS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

Existem obrigações legais que toda empresa deve realizar sobre saúde e segurança do colaborador. Mas, ao promover ações, de forma voluntária, que proporcionem um ambiente mais seguro para o trabalhador, a organização está colocando em prática a responsabilidade social.

A montadora Volkswagen do Brasil investiu cerca de R$ 150 milhões na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, São Paulo, com esse objetivo. No texto apresentado por Adriana Guillaumon Teixeira Pinto à Universidade Federal do Paraná, consta uma declaração interessante de Milton Spadari, supervisor de segurança do trabalho da Volkswagen.

Acompanhe:

“O investimento na saúde e na segurança dos nossos trabalhadores é uma das nossas grandes preocupações. Não poupamos recursos para instalar os mais modernos e avançados sistemas existentes no mundo, para prevenir acidentes e preservar a saúde e a segurança dos nossos funcionários.”

Dessa forma, promover um local mais seguro e com profissionais com melhores condições de saúde é uma ação de RS que reflete na qualidade de vida dos funcionários. Além disso, com menos interrupções por causa de doenças e acidentes, a organização consegue manter mais elevados os seus níveis de produtividade.

 

2. INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA COMUNIDADE

As empresas estão inseridas em comunidades, sendo uma parte importante delas ao gerar empregos e fonte de renda. Mas sua atuação não deve parar por aí. Organizações que buscam um relacionamento mais próximo com o público podem elaborar ações de integração. 

Uma forma de gerar benefícios se dá através de iniciativas que contemplem a educação, a saúde e a cultura. Um bom exemplo vem da Cooperativa Central Aurora Alimentos. Ela desenvolveu mais de 1.200 atividades por todo o Brasil, com programas como Amigo Energia, Roda de Leitura/Contação de Histórias, Dança, Família é Tudo e Turminha da Reciclagem.

 

3. RECRUTAMENTO RESPONSÁVEL E DIVERSIDADE 

Os consumidores buscam empresas que os representem. Para isso, estão atentos ao corpo de funcionários que constituem as marcas. É assim que a diversidade tem se tornado um elemento importante na hora da contratação. Equipes compostas por minorias étnicas, trabalhadores mais idosos, mulheres, desempregados de longa duração e pessoas em situação de desvantagem no mercado de trabalho são algumas ações de responsabilidade social.

A marca “O Boticário'' tem sido um exemplo de responsabilidade social nesse sentido. Ela diversificou o seu grupo de colaboradores, investindo na captação de pessoas deficientes para seu quadro de funcionários. 

 

4. REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELA ATIVIDADE EMPRESARIAL 

“Pensar globalmente, agir localmente.” É com essa frase que as organizações vêm colocando em prática nas ações socioambientais. Com mudanças e atitudes aparentemente simples, as empresas conseguem reduzir seu impacto ambiental. Assim, desde diminuir o consumo de água, papel e energia elétrica, até enxugar a matéria-prima da produção, pode ter efeito positivo para o meio ambiente.

Como exemplo, a Sicoob, cooperativa de crédito, recebeu o selo “A” da Procel em uma de suas sedes. Para isso, instalou 120 painéis fotovoltaicos na cobertura do prédio e, dessa maneira, gera energia limpa.

 

5. PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO SOCIAL

Como parte importante da comunidade em que está instalada, a empresa deve ir além da obtenção do lucro e da obrigatoriedade legal. Pode, dessa forma, detectar carências na localidade e elaborar estratégias para supri-las. Como exemplo, vale citar a Clear Promoções, empresa de trade marketing, que fez parceria com a ONG Amigos do Bem.

Projetos de desenvolvimento local e inclusão social, erradicando a fome e a miséria, estão na pauta. 

Veja o que diz Renato Ferreira da Silva, gerente de marketing da Clear Promoções:

“Acreditamos que uma boa empresa deve dar exemplo de engajamento social e preocupação com as necessidades mais vitais dos cidadãos, cuidar para que sejamos exemplos perante o empresariado.”

 

6. APOIO A CAUSAS SOCIAIS

Além de elaborar planos que tenham como público os colaboradores e a comunidade local, a empresa pode ampliar sua área de atuação. Dessa forma, a organização busca  causas maiores e que sejam de interesse de toda a sociedade, como: saúde, educação, preservação do meio ambiente e outros.

A Estrela, fabricante de brinquedos, por exemplo, envolveu-se com projetos de suporte a pessoas com câncer. Essa é uma preocupação antiga da empresa. Em 2001, por exemplo, lançou uma versão da boneca Susi (chamada de Susi Inventando Moda), em ação de parceria com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). Parte dos valores da venda do brinquedo foram revertidos para o IBCC.

Fonte: https://fia.com.br/blog/responsabilidade-social/

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1.4 Promovendo e valorizando a diversidade 

Observe, ao seu redor, com quantas pessoas diferentes você convive. Diferentes pensamentos, culturas, religiões, gênero, maneira de se vestir, idade, habilidade para lidar com as novas tecnologias etc. Veja como reunir diferentes personalidades valoriza a formação do seu conhecimento. A partir da discussão sobre temas com seus colegas, principalmente aqueles que pensam de maneira diferente de você, é possível acrescentar mais informações àquelas que você já tinha. 

À medida em que você compreende que este é um processo que contribui para seu crescimento pessoal e profissional, fica ainda mais interessante conviver com pessoas cujas características são tão diferentes das suas. Por isso, os debates são necessários, com eles, a troca de informação que ocorre pode ser muito proveitosa e levar a novas descobertas. 

A valorização da diversidade é um tema tão importante aqui no Brasil, que temos uma Secretaria no Ministério da Educação cujo objetivo é promover a formação dos cidadãos brasileiros de maneira a reduzir as desigualdades e investir no crescimento pessoal e profissional de todos. 

Veja mais em: http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-diversidade-e-inclusao/programas-e-acoes?id=12322 

Há alguns anos, observa-se um movimento muito forte nas organizações e empresas no sentido de saber conviver e fazer respeitar as diferenças entre as pessoas, como contraponto à padronização. A legislação brasileira, inclusive, estabelece cotas para que as empresas contratem pessoas com deficiência. As instituições de ensino têm cotas para o acesso de diferentes etnias.

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Atenção aos exemplos de responsabilidade social para empresas: Investimentos em saúde e segurança do trabalhador; Integração e valorização da comunidade; Recrutamento responsável e diversidade; Redução do impacto ambiental causado pela atividade empresarial; Promoção dos direitos humanos e inclusão social e apoio as causas sociais. 

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2. Ética na liderança

2.1 O que significa ser líder?

 Em uma empresa, as equipes de trabalho devem ser gerenciadas ou lideradas? Vamos ver que há uma grande diferença entre estes conceitos e vamos refletir sobre o quanto a liderança ética é inspiradora para as equipes de trabalho. 

Você já observou que a cada nova “onda”, os gestores se apressam em ler novos livros, fazer treinamentos, enviar suas equipes para novas dinâmicas de grupo, etc? Técnicas de administração como a Reengenharia (rever a gestão e os processos desde a “estaca zero”) e o Downsizing (redução buscando uma gestão enxuta) influenciam o modo como se faz a gestão nas organizações. A gestão está voltada para técnicas adotadas para se atingir os objetivos propostos pela organização (GONÇALVES, 1994).  Não se enganem, empresas de qualquer ramo precisam dessas técnicas de administração para otimizar a produção e garantir que os profissionais acompanhem as mudanças. 

A liderança relaciona-se com a capacidade que um gestor genuinamente possui para “trazer a equipe consigo”, conquistando seu comprometimento na busca pelos objetivos que a organização deseja. A sociedade não aceita mais resultados obtidos “a qualquer preço” comprometendo a saúde, o relacionamento e a qualidade de vida das pessoas. 

Carnegie (2003, p. 32) traz os resultados de uma pesquisa que foi feita pela Fundação Carnegie para o Desenvolvimento do Ensino e seu resultado indicou que 15% dos fatores que levam um indivíduo ao sucesso estão relacionados a habilidades técnicas e 85% à sua competência em lidar com as pessoas, a sua personalidade e a sua capacidade para liderar pessoas. Reforçando o entendimento do conceito de liderança, Drucker (2002, p. 135) ensina que “Em primeiro lugar, liderança não é, em si, boa ou desejável. Liderança é um meio”. Veja que a humanidade conheceu líderes positivos como Gandhi e líderes que causaram o mal e o sofrimento como nunca se viu. Há uma expressão em inglês: “walk the talk” utilizada para ensinar que as pessoas devem fazer o que ensinam, o que orientam que os outros façam. Aqui seria: “Faça o que eu digo e faça o que eu faço”.

Em seu livro, o técnico da seleção masculina brasileira de vôlei, Bernardinho (2006, p. 82) demonstra que “se você é um líder realmente duro e exigente, seu próprio sacrifício serve como fonte de motivação, pois demonstrará que a equipe não está sozinha”. As vitórias que a seleção masculina de vôlei alcançou segundo Bernardinho, devem-se a diversos motivos como a disciplina, mas entre eles, certamente, está a liderança exercida por atletas como Giba, que é um exemplo de dedicação para seus colegas de time.

Trazendo a liderança para realidade da nossa disciplina, entendemos que um profissional ético precisa ser um profissional que dá bons exemplos, que estimula o melhor da equipe, e que tem atitude. Percebem como essas características são similares às caraterísticas de um líder? Vejamos a seguir outras características de líderes, citadas por Besen, 2017: 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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2.2 Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança

Lidar com adversidades talvez seja a tarefa mais difícil para quem lidera equipes, e são nos momentos de dificuldade que se torna importante ter o famoso jogo de cintura. Isso porque, além de superar o desafio, um líder precisa dar bons exemplos para os seus liderados.

As lideranças são especialmente cobradas pelo alcance e superação das metas e é evidente o motivo pelo qual seu estresse é maior. A gestão da carreira de um líder passa pelo conhecimento, controle e superação do estresse do dia a dia. Para tanto, sua capacidade de resistência às pressões deve ser acima da média. Contudo, ser firme na cobrança de resultados é muito diferente de pressionar!

A firmeza gera, inclusive, confiança dos membros de uma equipe em relação ao líder. As pessoas entendem que é necessário impor limites, cobrar resultados, premiar e punir com justiça. Mas é inaceitável (e a lei cuida muito bem de impor a devida punição!) que pessoas com o poder de decisão exerçam suas funções extrapolando os limites impostos pela ética.

Mesmo sendo torturante para o ego de qualquer ser humano, os melhores aprendizados vêm dos erros que cometemos. Por isso, realizar uma gafe e se ver em uma adversidade não deve ser visto com maus olhos. Na verdade, é preciso dar mais valor à capacidade do líder — e dos colaboradores — de ter se arriscado e superado um problema do que ter se acovardado diante das dificuldades.

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Os líderes são profissionais que carregam o instinto de liderança, porém mais que isso, são profissionais que se destacam por apresentarem virtudes como proatividade, honestidade, por serem firmes, sabem ajudar e pedir ajuda quando necessário e que além de possuírem todas essas características, as colocam em prática para melhorar seu ambiente de trabalho. A liderança não necessariamente nasce com alguém, ela pode ser trabalhada e desenvolvida em todos que assim desejarem. Todos são capazes de se tornarem líderes!  

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2.2.1 Dicas para lidar com adversidades

Quando o líder está “no olho do furacão”, nem sempre é fácil enxergar as oportunidades e se manter calmo com a possibilidade de tudo ao redor está se desmoronando. No entanto, diversos truques simples podem ajudar um gestor a manter o seu lado emocional mais tranquilo para que este consiga tomar decisões de forma mais assertiva. Vejamos: 

  • Influenciar a sua mente a deter o controle da situação, de modo que fique mais fácil encarar os obstáculos.

  • Entender que você também é responsável — mas não culpado — por aquele momento e, por isso, deve se esforçar para sanar a questão.

  • Perceber até que ponto repercute o problema em questão.

  • Enxergar qual é a dimensão da adversidade, tentando estabelecer um tempo para vencê-la.

Outro ponto fundamental é escutar todos os envolvidos e olhar com atenção para a situação como um todo, sem deixar que os detalhes passem despercebidos. Complementando essa técnica, é preciso ter força de vontade, pois grandes mudanças não acontecem de uma hora para outra.

Fonte: https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/lideranca/por-que-lideres-precisam-saber-lidar-com-adversidades/  

 

2.3 Resiliência: suportando pressões num ambiente de adversidades

Você já deve ter ouvido falar neste termo: resiliência. Esta é uma característica cada vez mais desejada nos profissionais, atualmente. Mas o que isso significa? Em 1807, Thomas Young, um cientista inglês estudava a elasticidade dos materiais e criou o termo “resiliente”. Este termo foi incorporado pela Física para designar a capacidade que alguns materiais possuem de acumular energia quando são submetidos a algum tipo de esforço e depois voltar ao seu estado normal sem qualquer deformação. Imagine por exemplo o salto com vara. Ela se deforma para que o atleta execute o salto, depois retorna ao seu estado natural, sem deformações.

O termo resiliência foi incorporado ao vocabulário organizacional para designar a capacidade que uma pessoa tem de resistir às pressões do meio sem que isso afete seu desempenho, sua postura, seu relacionamento com as pessoas, ou seja, que ela “volte ao normal” cada vez que algum tipo de esforço for feito ou alguma situação constrangedora ocorra. 

Se por um lado, os profissionais precisam ser, cada vez mais, resilientes, suportando as pressões do meio, por outro lado, também as lideranças nas organizações precisam estabelecer rotinas de trabalho e formas de relacionamento com os funcionários que permitam um ambiente favorável de trabalho. Neste sentido, devem ser desenvolvidas ações internas nas empresas, no sentido de cultivar um clima positivo que faça com que as pessoas se sintam motivadas ao comprometimento com os objetivos empresariais (BERSCH,2017). É papel da liderança ser firme sem, com isso, ferir a integridade moral das pessoas de uma equipe. É papel das pessoas que compõem a equipe agir com responsabilidade, seriedade e com o mesmo respeito que desejam receber do outro. 

Porém, uma dúvida que pode surgir é: afinal, o indivíduo nasce ou se torna resiliente? Resiliência é uma habilidade que se desenvolve. O comportamento resiliente é adquirido pelo indivíduo por meio de determinação, conhecimento e treino. Por tanto, não esperemos que as situações adversas ocorram para só então pensarmos em ser resilientes, o ideal é já irmos trabalhando essa virtude, ao longo da vida, dentro e fora do ambiente de trabalho.

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3. Ética e Compliance

Compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido. Estar em “Compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Uma organização “em compliance” é aquela que, por cumprir e observar rigorosamente a legislação a qual se submete e aplicar princípios éticos nas suas tomadas de decisões, preserva ilesa sua integridade e resiliência, assim como de seus colaboradores e da Alta Administração.

 

3.1  Função do Compliance

O Compliance tem a função de monitorar e assegurar que todos os envolvidos com uma empresa estejam de acordo com as práticas de conduta desta empresa. Essas práticas devem ser orientadas pelo Código de Conduta e pelas Políticas da Companhia, cujas ações estão especialmente voltadas para o combate à corrupção (DE CARLI,2017).

 

3.2  Benefícios para as empresas com a adoção do Compliance

a) Preservação da Integridade Civil e Criminal

Ao prevenir e reduzir os riscos das condutas não conformes, o Compliance diminui o grau de exposição e responsabilização da Alta Administração da Organização em relação a potenciais comportamentos irregulares ou ilegais de seus colaboradores.

b) Aumento de Eficiência

O Compliance reduz a incidência de fraudes e desconformidades, que geram desvios de recursos, evitando riscos de sanções legais, perdas financeiras e perda de reputação. Também aumenta a qualidade das decisões da Organização, reduzindo o custo operacional. Estes fatores repercutem diretamente no aumento da eficiência na gestão e no desempenho da Organização.

c) Vantagem Competitiva

O Compliance é uma estratégia relevante de competitividade e atratividade do negócio, uma vez que a sociedade, cada vez mais, conscientiza-se em relação ao consumo sustentável e ético, e passou a exigir que as Organizações adotem posturas e comportamentos que reflitam esses valores.

d) Ganhos de Produtividade

 

Uma cultura organizacional ética exerce influência sobre a integridade dos colaboradores, reduzindo a incidência de comportamentos que representam desvios. A difusão de boas práticas de governança corporativa amplia a coesão do público interno, gerando uma melhoria de produtividade contínua.

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4. Legislação e Exercício profissional

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

O PROJETO DE LEI N.º 6.300, DE 2019, regulamenta o exercício da atividade do GASTRÔNOMO e dá outras providências. 

Bem resumido, vamos conferir: 

O Congresso Nacional decreta: 

ART. 1º Esta lei regulamenta a profissão e as atribuições do Bacharel em Gastronomia e do Tecnólogo em Gastronomia, estabelecendo os requisitos para o exercício da atividade profissional e o registro em órgão competente. 

ART. 2º É livre o exercício da atividade profissional de gastrônomo, desde que atendidas às qualificações e exigências estabelecidas nesta lei e cumprida às diretrizes curriculares fixadas pela Lei de Diretrizes e Base da Educação. 

ART. 3º Para os fins desta lei considera-se bacharel em Gastronomia ou Tecnólogo em Gastronomia, aquele que se diplomou no respectivo curso de gastronomia. 

ART. 4º São requisitos para o exercício da atividade do GASTRÔNOMO I - Ter diploma de conclusão de curso superior de bacharelado ou de tecnologia em gastronomia, emitido por instituições de ensino superior brasileiras, devidamente reconhecido pelo Ministério da Educação; II - Ter registro profissional de gastronomia no órgão competente. 

ART. 5º São atribuições do GASTRÔNOMO, dentre outras, na forma do respectivo diploma e da grade curricular efetivamente realizada: I – direção, coordenação e supervisão de curso de graduação em gastronomia e o ensino das disciplinas curriculares afins; II – gerenciar e desenvolver projeto de empreendimento gastronômico e de produto alimentício; III – planejar e desenvolver cardápio de alimentos e bebidas, inclusive elaborando harmonizações; IV – atuar no recebimento e acondicionamento de alimento dentro das normas de conservação e higiene, fiscalizando quanto a sua validade e qualidade; V - elaborar plano de limpeza e sanitização de toda a área física da cozinha e áreas afins, inclusive de seus utensílios e equipamentos; VI – cumprir e fazer cumprir as normas de vigilância sanitária estabelecidas pelos entes públicos; VII – participar e projetar layout de cozinha profissional dimensionando e designando utensílios e equipamentos necessários para os diversos segmentos do ramo de alimentação; VIII – confeccionar fichas técnicas de preparo para produção padronizada de cardápio e comandar a brigada de trabalho de cozinha, orientando e fiscalizando a confecção dos pratos, apresentação e qualidade dos mesmos, sejam em porções individuais ou para coletividade; IX – Planejamento, coordenação, supervisão, gestão e execução de evento, gastronômico ou em geral, este quando incluir alimentação. X - auditoria, consultoria e assessoria de gastronomia em restaurante, hospital, bar e afins, bem como em evento gastronômico promovido por particular ou por ente público; Parágrafo Único. É obrigatória a participação de gastrônomo em equipe multidisciplinar, criada por entidade pública ou particular, e destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, programar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionados com alimentação, bem como elaborar e revisar legislação e códigos próprios desta área.

ART. É assegurado ao GASTRÔNOMO: I – piso salarial profissional fixado em instrumento normativo de trabalho; II – jornada de trabalho compatível com a especificidade e complexidade da função. 

ART.  A carteira de Identidade Profissional, emitida pelo órgão competente da respectiva jurisdição, é, para quaisquer efeitos, o instrumento hábil de identificação civil e de comprovação de habilitação profissional do gastrônomo, nos termos da Lei nº 6.206, de 7 de maio de 1975. Art. 8º Caberá ao Poder Executivo regulamentar esta lei, no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias da sua publicação.

ART.  Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

Justificação

A gastronomia é um dos campos do conhecimento fundamental, uma vez que todos nós necessitamos nos alimentar diariamente. Na atual sociedade brasileira, 1/3 (um terço) das pessoas realizam alimentação fora da sua residência, pelo menos uma vez por dia, exigindo que o profissional da alimentação tenha formação adequada e eficiente na elaboração, no preparo e na conservação dos alimentos, a serem consumidos. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), o brasileiro gasta 1/3 (um terço) da sua renda mensal com refeições fora de sua residência e a tendência é de crescimento. Mais de 90% dos estabelecimentos do setor são empresas de pequeno ou médio porte. A expansão anual do mercado gira em torno de 10%, gerando, aproximadamente, mais de 6 milhões de vagas de trabalho. Sendo um setor que mais gera empregos no Brasil, por isso é de suma importância a sua regulamentação profissional, dentre eles o gastrônomo para assegurar aos comensais a segurança alimentar e de qualidade. O gastrônomo tem em sua missão resgatar os insumos locais, valorizando o produtor local e resgatar com isso a cultura alimentar do povo. A importância disso fica clara com os inúmeros cursos de Gastronomia, hoje algo em torno de 134 cursos, de bacharelado ou tecnólogo, todos de nível superior, espalhados por todo o Brasil, formando jovens com potencial criativo e de vasto conhecimento prático e teórico.

Deixar todo esse potencial, sem regulamentação, propicia aos gastrônomos o desestímulo de continuidade da profissão, com isso promovendo a má conduta em nossas cozinhas, com ofertas pouco atrativas e com comprometimento da qualidade. Os bons restaurantes geram um incremento no setor do turístico, sendo que se não for orientado por profissionais técnicos, acabam prejudicando o turismo nas diversas áreas de nosso País. Portanto, é necessário que a sociedade brasileira possa reconhecer esta ciência e este ofício de forma plena, instituindo o exercício pleno da profissão e conferindo a mesma, seus direitos e deveres inerentes.

 

LEI Nº 6.206, DE 7 DE MAIO DE 1975 

Dá valor de documento de identidade às carteiras expedidas pelos órgãos fiscalizadores de exercício profissional e dá outras providências. 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

ART. É válida em todo o Território Nacional como prova de identidade, para qualquer efeito, a carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício profissional.

ART. Os créditos dos órgãos referidos no artigo anterior serão exigíveis pela ação executiva processada perante a Justiça Federal. 

ART. 3° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 

Brasília, em 7 de maio de 1975, 154º da Independência e 87º da República. 

ERNESTO GEISEL 

Armando Falcão Arnaldo Prieto

FIM DO DOCUMENTO/da lei 

O PROJETO DE LEI N.º 6.300, DE 2019. Acesso da lei: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=3557D79FC4075 23F02330E1B70C5285.proposicoesWebExterno2?codteor=1846168&filename=Avulso+-PL+6300/2019 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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4.1 Dilemas éticos 

Agora que vimos o que a lei fala sobre a atuação dos conselhos e sobre o exercício profissional, vejamos alguns dilemas éticos na conduta profissional. Esses exemplos nos ajudaram a entender o que estamos estudando. Acompanhe os exemplos: 

a) Técnico de Informática

Após receber um notebook de uma cliente cujo sistema operacional não carregava, o técnico identificou que a origem do problema estava em um micro pendrive que havia passado despercebido. O equipamento tentava procurar o sistema operacional no pendrive e não encontrava. Ao constatar o problema, o técnico indicou para a cliente qual era a questão e devolveu o notebook sem cobrar.

b) Médico

Após conversa com um paciente, um conceituado cirurgião plástico constata que sua paciente não se encontra, psicologicamente, equilibrada o suficiente para tomar decisões. Sendo assim, ele sugere que a paciente tire um período para pensar melhor ao invés de marcar a data da cirurgia.

c) Gastrônomo

Um cliente procura um gastrônomo dono de um renomado bistrô e  pergunta para ele se seria possível que este gastrônomo realizasse um evento para 200 pessoas. O profissional explica que a capacidade máxima do local é de 100 pessoas e que ao realizar o evento lá, os convidados ficariam desconfortáveis e sem espaço. O profissional indica outros locais que atenderiam a necessidade do cliente. 

d) Advogado

Apesar de estar passando por uma grave crise financeira, um famoso advogado recusou a proposta de um agenciador de causas para assinar um contrato de captação. O contrato citava o pagamento de uma comissão de 20% ao agenciador do montante recebido pelo réu a título de honorários contratuais.

e) Dentista

Sentindo-se grato por ter aliviado a sua dor, um paciente ofereceu uma quantia de gratificação para o seu dentista. Como o atendimento havia sido realizado pela rede pública, o dentista não aceitou o recebimento.

f) Enfermeiro

Durante um fim de semana na casa de amigos, um enfermeiro foi questionado sobre um incidente com um paciente no hospital onde trabalha. Educadamente, ele evitou o tema e mudou de assunto, evitando quebrar o sigilo a respeito das condições do paciente.

g) Contador

Pressionado para dar um parecer diferente a respeito da realidade tributária da empresa, durante uma reunião de diretoria, o contador colocou o seu cargo à disposição após ponderar a respeito das possíveis consequências da proposta. Era evidente a intenção de fraude fiscal.

h) Personal Trainer

Durante o intervalo do exercício de um cliente na academia, um personal trainer notou que um colega de profissão havia deixado um cliente sozinho e ele estava executando um exercício incorretamente. Ao invés de falar sobre o erro diretamente com o cliente, ele apenas solicitou que a pessoa interrompesse o exercício e imediatamente procurou o colega para alertar sobre o erro.

i) Bombeiro Civil

Durante o atendimento em um acidente, um bombeiro se recusou a dar maiores explicações aos membros da imprensa que estavam no local. Desta maneira, ele impediu que informações sensíveis vazassem, prejudicando o andamento das operações e o sigilo das informações sobre os acidentados.

j) Gerente de Logística

Ao tentar trocar de fornecedor, um gerente de logística recusou uma oferta de pagamento deste antigo fornecedor para manter o contrato. Sua decisão foi contra a maioria dos membros do seu departamento, mas a troca de fornecedor acabou por resultar numa grande economia para a empresa.

Fonte:  https://www.todacarreira.com/etica-profissional-exemplos-principios-valorizados/

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O exercício da ética profissional se faz necessário em qualquer área. Nenhum profissional perde por agir com base na ética. Fique atento às situações que o ambiente de trabalho traz, procure pensar antes de executar e estar respaldado na ética. 

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Acabamos de ver exemplos de aplicação da ética profissional em diversas situações e com vários profissionais. Vejamos, a seguir, pontos importantes na apresentação de um profissional. São detalhes que fazem toda diferença e podem definir para qual candidato à vaga será destinada. 

O mercado de trabalho altamente competitivo exige, cada vez mais, do profissional, tanto em aspectos técnicos como atitudes corretas. Pesquisas revelam que a maioria das empresas demitem profissionais com excelente formação acadêmica por motivo de má conduta e vários entrevistados do Guia da Carreira já falaram a frase: “Cada vez mais, as empresas contratam pela experiência e habilidade e demitem por comportamento”.

5. Regras de etiqueta profissional

A habilidade comportamental de um profissional pode determinar não só a sua permanência na empresa, mas até garantir uma promoção. E seguir algumas regras de etiqueta profissional auxilia no convívio com os colegas, superiores, subordinados e clientes. São cuidados com a postura, o vestuário, o comportamento e a comunicação que devem ser tomados por todos dentro de uma empresa.

Vamos explorar cada uma dessas regras:  

1 – Pontualidade: Seja pontual em seus compromissos e respeite os horários.

O profissional deve organizar seu tempo para chegar sempre cedo ao trabalho e a reuniões. Caso precise sair antes do fim de uma reunião, procure avisar com antecedência a quem está presidindo o encontro e saia discretamente, para que não atrapalhe o andamento da reunião. Esteja atento aos prazos de entrega de trabalhos e relatórios e procure sempre cumpri-los. Se não for possível atender o prazo combinado, avise as pessoas envolvidas com o máximo de antecedência, explique as razões do atraso e, se possível, combine novo horário ou data.

2 – Apresentação pessoal: Mantenha uma boa imagem pessoal

A primeira leitura que alguém fará de você será baseada em sua aparência: suas roupas, seus cabelos e na sua higiene pessoal. Cuidar desses aspectos mostra respeito e comprometimento com a empresa. Procure vestir-se de forma discreta, evite modismos, decotes reveladores e excesso de acessórios. Evite “mostrar pele” demais, use blusas com mangas ao invés de regatas, cuidado com o comprimento de saias e prefira calças à bermudas. Cada ambiente de trabalho exigirá um tipo de vestimenta, fique atento ao grau de formalidade de sua empresa.

Esteja sempre alinhado(a), com as roupas limpas e bem passadas e sapatos engraxados. A higiene pessoal é outro fator importante. Procure sempre manter seus cabelos limpos, penteados e bem cortados, a barba bem feita ou cortada, unhas limpas e sem esmalte descascando, dentes escovados e bom hálito. A pele também deve ser bem cuidada. Use produtos adequados para reduzir a oleosidade, disfarce espinhas ou manchas e use maquiagem discreta, se necessário. 

3 – Postura: Use a linguagem corporal a seu favor

Com postura e movimentos corretos você pode influenciar positivamente as pessoas ao seu redor. Mantenha a postura ereta ao ficar de pé: ombros para trás e cabeça erguida demonstram confiança. Ao conversar com as pessoas, mantenha sempre contato visual. Evite cruzar os braços ou apoiá-los na cintura, pois isso pode transmitir passividade e desinteresse na conversa. Gesticular um pouco ao falar pode passar mais confiança ao que está sendo dito, além de ajudar a formar pensamentos mais claros. Quando estiver sentado, procure manter a coluna ereta.

4 – Tom de voz: Controle o tom e o volume de sua voz

Procure manter um tom de voz neutro, controlando suas emoções para não demonstrar sentimentos negativos como agressividade, deboche e irritabilidade, entre outros. Se estiver descontente com algo, evite falar naquele momento. Respire fundo, tente se acalmar e colocar os pensamentos em ordem. É mais difícil controlar o tom de voz quando dizemos a primeira coisa que nos vem à cabeça, portanto reflita sempre antes de falar.

O volume de sua voz também é importante, evite falar alto demais. Em certos ambientes, é necessário falar um pouco baixo, mas certifique-se de que a outra pessoa possa ouvi-lo(a). Cuidado com as risadas também, gargalhadas altas podem ser inadequadas.

5 – Bom humor sem exageros: Evite piadas e brincadeiras

Todos desejam trabalhar em um ambiente agradável, alegre e descontraído, mas há limite para o humor. Expresse seu bom humor sendo simpático, sorrindo e fazendo comentários leves e agradáveis. Lembre-se da diversidade existente em um ambiente de trabalho, com pessoas de diferentes culturas e crenças convivendo juntas. Portanto, evite as brincadeiras e piadas, pois elas podem facilmente deixar alguém desconfortável, ou até mesmo ofendido. Atenção também para a forma de tratar as pessoas. Não é recomendável criar apelidos, ou chamar os outros por uma versão mais curta de seu nome, principalmente em ambientes mais formais. Para evitar deslizes, procure chamar as pessoas pelo nome com que elas se apresentam.

6 – Ao entrar e ao sair: Peça licença ao entrar e cumprimente a todos

Sempre peça licença ao entrar em um ambiente, mesmo que a porta esteja aberta. Cumprimente todas as pessoas que estão ali. Bastam um sorriso e um “bom dia” ou “boa tarde”, não é preciso chegar dando beijinhos nos integrantes da reunião. Ao entrar na sala ou escritório de alguém, espere receber um convite para depois sentar.

7 – Caixa postal em dia: Não deixe nenhum e-mail sem resposta.

Procure acessar com frequência o seu e-mail profissional e enviar respostas rápidas de forma clara e objetiva. Quem envia um e-mail espera por uma resposta. Caso você não consiga responder a uma solicitação no mesmo dia, mande uma mensagem curta dizendo que recebeu o e-mail e irá tratar da resposta o mais rápido possível. Não utilize o e-mail da empresa para assuntos pessoais ou para enviar mensagens com assuntos não profissionais. Para isso, use sua conta de e-mail pessoal e preferivelmente fora do horário de expediente.

8 – Respeite o horário de intervalo: Não coma em sua mesa de trabalho ou fique conversando com colegas que estão trabalhando

O intervalo de trabalho é o momento em que você pode resolver questões pessoais, realizar telefonemas e conversar sobre assuntos gerais com seus colegas. Evite falar sobre questões de trabalho, ou tentar resolver pendências durante um almoço informal com os colegas. 

Se almoçou rapidamente e voltou à sua mesa antes da hora, evite interromper os que estão em horário de expediente. Não coma lanches em sua mesa de trabalho. Além de ser deselegante, você corre o risco de derramar alguma coisa no computador ou em algum documento importante.

9 – Conversas de corredor: Fique longe das fofocas

Embora as pessoas geralmente fiquem mais tempo no trabalho do que em casa, isso não dá a elas o direito de serem invasivas. Evite fazer perguntas pessoais aos seus colegas, ouça mais do que fale e espere a outra pessoa ter a iniciativa de contar algo pessoal. Evite expor sua vida privada e não participe de fofocas. Existe uma linha tênue entre comentários e fofocas. Na dúvida, evite expor sua opinião sobre alguém. O ideal é que esta pessoa esteja presente ao se falar dela ou de seu trabalho. É aquela velha e sempre importante regrinha de ouro: elogie em público, critique em privado.

10 – Imagem Profissional: não fale mal da empresa em que trabalha

Além de antiético, falar mal da empresa que você trabalha pode prejudicar sua imagem profissional. Preste atenção ao tipo de comentário que você fará sobre a empresa, sobre outros colegas e sobre o chefe para as pessoas de fora do trabalho e, principalmente, para seus clientes e colegas. Isto também vale para a empresa em que você não trabalha mais.

Fonte: https://www.guiadacarreira.com.br/carreira/10-otimas-dicas-de-etiqueta-profissional/ 

 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

Fonte: Google imagens. Dormir no trabalho é antiético

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6. O que é Infração Ética?

Vimos várias regras para atuação profissional ética, e agora veremos o que significa uma infração ética. Segundo a Coordenadoria Nacional de Comissões de Ética, em seu Art. 13:   Todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres de ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.

Exemplos: 

Descumprir voluntária e injustificadamente os deveres do ofício, incluindo:

1. Abandonar o ambiente de trabalho de forma voluntária e injustificadamente.

2. Apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis;

3. Usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos, como: apresentar falsos argumentos para “vender o serviço”.

4. Descuidar com as medidas de segurança e de saúde do trabalho sob sua coordenação.

5. Prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou ao patrimônio cultural

6. Acobertamento: ato de assumir a Responsabilidade Técnica por um serviço sem nenhuma participação sobre ele. O profissional que pratica esta irregularidade é o popular “calígrafo ou canetinha”.

7. Exorbitância: ocorre quando o profissional assume Responsabilidade Técnica por um determinado serviço sem ter atribuição e/ou habilitação para fazê-lo. 

Fonte: https://www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/2017-codigo_de_etica.pdf 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

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Seguem alguns links interessantes para te ajudar a conhecer ainda mais sobre os seguintes temas:

Vídeos sobre condutas antiéticas no ambiente de trabalho: 

https://www.youtube.com/watch?v=u1hhkw_NZRA

https://www.youtube.com/watch?v=WJXQZTaNNVA

Site com mais informações sobre responsabilidade social:

https://fia.com.br/blog/responsabilidade-social/

 

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