Unidade 1

Elementos Direito
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Introdução

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Fonte: pixabay.com

 

1. Primeiramente: o que é profissão?

Você já se perguntou qual o significado desta palavra? Sá (2009:147) nos ensina que sua origem é latina: professione. Outra expressão que também tem o mesmo significado é ofício que o mesmo autor lembra ser originada também do latim officiu, que significa oficina ou “lugar onde se atendia ou servia alguém”. 

Vamos memorizar este último significado: servir. É por meio da profissão que uma pessoa serve outra, serve comunidade a qual pertence, serve a uma empresa. Com base nisso, também podemos pensar o seguinte: a profissão tem uma razão social de existir. Ela deve trazer um benefício para a sociedade. Toda profissão deve servir a um propósito. 

Agora que já vimos o conceito de profissão, vamos associar este conceito à razão de ser desta disciplina: a ética profissional. Se a profissão tem um caráter social, então deve estar vinculada aos costumes da sociedade na qual é praticada. Deve respeitar seus valores e seu exercício deve ser ético. Um profissional não pode, no exercício de seu dever, desrespeitar a ética da sociedade em que atua, caso o faça, poderá até ser punido pela lei. Outra penalidade que um profissional pode sofrer ao desrespeitar a ética é imposta pelos próprios colegas de profissão que não desejam ver sua reputação “manchada” (FREITAG, 1997). Para isso, muitas categorias profissionais têm um código de ética que deve ser respeitado. Veremos todas essas questões ao longo da disciplina. 

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1.1 O que o exercício de uma profissão representa para o indivíduo

Você acha que se sentirá realizado ao exercer a profissão para a qual está se preparando? Sabemos que há diversas dificuldades que podem atrasar ou atrapalhar a realização profissional: conhecimento, relacionamento, dificuldades financeiras, falta de oportunidades, falta de ética no ambiente de trabalho, entre outras. Mas, pesando os prós e os contras em uma balança, para você qual deles tem mais peso? 

Na evolução do pensamento, temos os ensinamentos do psicólogo Abraham Maslow que fez pesquisas sobre a motivação das pessoas. Como resultado de suas pesquisas, Maslow criou a “Hierarquia das Necessidades de Maslow” ou a “pirâmide de Maslow”. Ele indica que há um momento na vida de um indivíduo em que ele busca ser aceito pelo grupo,  busca reconhecimento pelo que faz, uma vez que já tem o salário que deseja e, por fim, busca o status. Este reconhecimento faz com que a pessoa se sinta gratificada com o trabalho que desenvolve. 

Todo profissional deseja vencer obstáculos e ser reconhecido por isso, ele quer comprovar sua personalidade, sua liderança. Ao ser reconhecido como líder de uma equipe que o respeita e admira, aquela pessoa passa a ser uma referência de comportamento, de moral, de ética. Isso acarreta responsabilidade! 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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1.1.2 Conceitos e dimensão humana da Ética

Na primeira unidade da disciplina de Ética Profissional, veremos a Dimensão Humana da Ética, apresentando conceitos de Ética e de Moral, mostrando sua importância para a formação humana e profissional.

 

1.1.3 Ética e Moral

Nosso primeiro tema da primeira Unidade tem como objetivo apresentar as primeiras informações sobre a ética e a definição de ética, moral e ato moral, além da dimensão humana relacionada à ética. 

 

1.1.4 Primeiros conceitos sobre Ética

Entender e discutir ética é fundamental para vivermos em sociedade. Para que isso ocorra, precisamos entender primeiro que a ética surgiu há muito tempo, quando o homem se descobriu como um ser pensante/racional e, então, despertou para a necessidade de assumir responsabilidades para viver em sociedade,  tornou-se então uma questão de sobrevivência.

As discussões sobre a ética são antigas, desde os pensamentos tidos pelos grandes filósofos gregos como Socrátes, Platão e Aristóteles. Segundo MOORE (1975, p. 4), “ética é uma palavra de origem grega, que pode ter duas origens”: 

 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

1.2 E a Moral?

A Moral compreende um conjunto de regras que orientam as pessoas para o convívio diário na sociedade. A moral pode nortear suas ações e seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, sobre o certo ou errado e sobre bom ou mau, ou seja, Moral é o comportamento (FREITAG, 1997).

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Vimos aqui as primeiras noções de Ética e Moral. A ética é uma atitude, é a forma como cada pessoa se comporta em relação a outras pessoas e à sociedade. A moral pode ser definida como o conjunto de regras que orienta o comportamento de cada um de nós na sociedade em que vivemos. Ela está relacionada com a moralidade e com os ditos “bons costumes, valores e convenções”. Todos nós fazemos parte da sociedade e precisamos conviver em harmonia uns com os outros, tendo a ética e a moral como pilares para essa convivência. 

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Um comportamento ou situação amoral é a ausência do conhecimento ou noção do que seja a moral. As pessoas com comportamentos amorais desconhecem os princípios morais de determinada sociedade, por isso, não os seguem. Amoral é a ausência. Um comportamento ou situação imoral é todo o tipo de comportamento ou situação que contraria os princípios estabelecidos pela moral. Por exemplo, a falta de pudor, a indecência e etc (LAPSLEY, NARVAEZ, 2004).

 

1.2.2 Esclarecendo as diferenças entre o que é Moral e o Ato Moral

• Moral é a maneira de se comportar regulada pelo costume.

• Moral é o conjunto de regras de conduta de um grupo em uma determinada época.

• Existe a Moral Pessoal e a Moral Coletiva.

• Atos humanos vêm da liberdade pessoal e da pressão coletiva.

• No cotidiano, temos os ATOS MORAIS – ATOS COLETIVOS – MORAL COLETIVA

Fonte: Google imagens.

 

1.2.3 Moral Pessoal e Moral Coletiva

Observe as seguintes falas: “você não foi ético”; “O que ele fez foi errado”; “você não tem moral”. Falas como estas nos mostram que a moral e a ética estão presentes no dia a dia de todos nós.  De mais a mais, os valores morais são herdados pelo sujeito desde o seu nascimento, na medida em que já estão estabelecidos pela sociedade. Devemos lembrar que ninguém nasce moral, mas que pela educação e demais injunções externas, o indivíduo constrói sua identidade e personalidade moral (MELO, 2005). 

Com os conhecimentos adquiridos, ao longo da vida, todo indivíduo precisa desenvolver a consciência, certa ou errada, daquilo que deve ser feito, e deve se responsabilizar por seus atos perante a sociedade. Cabe à ética social ser o critério para julgar o comportamento de cada indivíduo em suas relações interpessoais (MELO, 1994, p. 58/59).

A moral se torna responsável por estabelecer uma ligação entre as vontades de cada um, de forma individual, e os interesses sociais da vida em sociedade/coletividade. Fica claro que há necessidade de uma relação sincera entre o caráter pessoal e social da moral para benefício da sociedade. Além disso, os atos do indivíduo, geralmente, causam efeitos em todos os que o cercam e na coletividade. Portanto, os atos do ser humano devem ser solidários. Solidariedade é manter um compromisso ou um vínculo sincero com os indivíduos que compõem a sociedade. Assim,  “responsável é o sujeito que assume a autoria do seu ato, o reconhece como seu e responde por todas as suas consequências'' (VÁZQUEZ, 2002, p.111). 

Quando alguém ou um grupo de pessoas não age de acordo com valores éticos e morais, entende-se que essa ou essas pessoas não respeitaram as regras básicas de convivência e harmonia, tornando-se então indivíduos antiéticos e/ou amorais (VAZQUEZ, 2002, P;15).

Fonte Elaborado pela autora, 2021

 

A vida moral é formada pela junção entre o nosso querer e a realidade (acreditavam os filósofos antigos). ÉTICA era educar a paixão e orientar a vontade, e a finalidade da Ética era observar a relação e harmonia entre o caráter do sujeito e os valores da sociedade (LA TAILLE, 2006). A Ética se torna um ATO DE DEVER. A Ética julga as ações, atitudes e intenções e define 3 tipos de condutas morais:

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

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1.2.4 A Ética e o Ato Moral

Para os filósofos Rousseau e Kant, a Ética é definida na relação Homem/natureza e o dever de cumprir o ATO MORAL está dentro de cada um de nós, porque é da nossa natureza social. No pensamento de Hagel, a ética seria o fruto da razão humana, enquanto que para Nietzsche, em uma crítica à violência moral, afirma que a ética é apenas a imposição da vontade das grandes potências e Marx, numa crítica ao capitalismo, afirma que os valores éticos jamais podem se realizar na sociedade atual.

ATO MORAL: AUTÔNOMO OU DEVER?

Fonte Elaborado pela autora, 2021

 

1.2.5  Em conjunto: Ética e Moral

Agora, o objetivo será apresentar a distinção entre Ética e Moral e os conceitos e definição de Ética, segundo a Filosofia e a Ciência, os objetivos e função da Ética são os vícios e virtudes e as teorias que explicam os conceitos éticos, finalizando a dimensão humana da Ética.

 

1.2.6 Diferença entre Ética e a Moral

Antes de refletirmos sobre conceitos de Ética, vejamos a distinção entre Ética e Moral.

Você sabe qual a diferença entre elas? As expressões Ética e Moral são bem distintas, veja: 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

Vimos então que as expressões são diferentes, e os termos são de origem etimológica distinta: a palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes''. Podemos, então, concluir que a Ética se baseia nos valores morais que orientam o comportamento humano na sociedade e a Moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade (LAPSLEY, NARVAEZ, 2004; VÁZQUEZ, 2002).

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Ética são os conhecimentos obtidos da investigação do comportamento humano em relação às regras morais, explicadas de forma racional, fundamentada, científica e teórica, ou seja, ética é uma reflexão sobre a MORAL.

A Moral orienta o comportamento perante as normas criadas ou determinadas pela sociedade ou por um grupo. Precisamos entender claramente que a Moral e a Ética são diferentes, porque a Ética são princípios e a Moral, condutas.

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PARA FIXAR 

ÉTICA

MORAL

A ética é teoria sobre a moral.

A moral tem caráter prático (colocar em ação um pensamento ou certeza)

É universal e permanente

Pode ser temporária, pois é cultural

São princípios

São condutas específicas

Responde a pergunta “porque faço isto e com qual finalidade”?

Responde a pergunta “o que devo fazer ou o que é esperado que eu faça”?

É a ciência que estuda a moral

São os hábitos e os costumes de uma sociedade

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

1.3 Ética individual versus ética profissional 

A ética tem por finalidade agregar o comportamento humano no interior de cada sociedade. Qualquer sociedade enfrentará os dilemas relacionados à moral e à ética. Os dilemas morais fazem parte do reflexo das ações das pessoas, surgindo a partir das consequências da ação e da reação de um determinado indivíduo frente a um acontecimento. 

Segundo o escritor e pesquisador Mario Alencastro (1997, p.89), a ética profissional consiste em um conjunto de normas de conduta que devem ser sugeridas e executadas durante a atuação profissional. As ações reguladoras da ética atingem o desempenho profissional, fazendo com que o profissional respeite a semelhança do próximo. 

A ética individual consiste na construção continuada e sempre inacabada, pois ela deve persistir até o fim da vida. O ser humano, desde seu nascimento, está sujeito à influência social, primeiramente por intermédio da família, depois pela influência social na escola, entre os amigos, com os meios de comunicação, dentre outros. Essas influências são adquiridas, aos poucos, ao longo da vida e das situações que cada um enfrenta, fazendo com que se manifeste o aspecto moral social. Assim, o indivíduo tem o livre arbítrio para seguir determinada norma devido sua reflexão social, podendo ser chamada de interiorização (ALENCASTRO, 1997, p.90). 

Aristóteles considera que a ausência de interiorização das normas gera comportamentos que só podem ser regulados por medo das punições:

“Com efeito, as pessoas em sua maioria não obedecem naturalmente ao sentimento de honra, mas somente ao de temor, e não se abstêm da prática das más ações por causa da baixeza destas, mas por temer a punição; vivendo segundo os ditames das emoções elas buscam seus próprios prazeres e meios de chegar a eles, e evitam os sofrimentos contrários, e não têm sequer uma noção do que é nobilitante e verdadeiramente agradável, já que elas nunca experimentaram tais coisas. (ARISTÓTELES, 2001, p. 42).”

 

- Conforme entendimento de Adriana Farias (2015, p.03), a ética é composta de cinco regras básicas, sendo essas: 

1) A natureza humana e verdadeira, atribuída ao homem sadio e puro, habilitando as virtudes do caráter íntegro e correto;

2) As normas de caráter diverso e até mesmo oposto à ideia da universalidade ética: as relacionadas à forma ideal universal e comum do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento são; 

3) A consequência da busca refletida dos princípios do comportamento humano. Em que, cada significado do comportamento ético torna-se objeto de reflexão por parte dos agentes sociais. Essa seria a procura racional das razões da conduta humana; 

4) A legislação de cada país e de foros internacionais, ou mesmo os Códigos de Ética Empresarial e Profissional; 

5) Os costumes que geram as normas éticas (FARIAS, 2015, p.03). 

Sung e Silva (1995, p. 66) analisam as questões referentes à ética individual diante da ética profissional. Os autores dizem que a ética individual passou a fazer parte do cotidiano social após o crescimento do capitalismo, já que a filosofia seguida pelos defensores da cultura capitalista era de defender, de todas as maneiras, os interesses individuais, independente da consequência recaída ao coletivo. Os mesmos autores explicam ainda que “quando o espírito da defesa do interesse próprio é o mais forte numa empresa, é impossível criar o espírito de equipe, um item fundamental para aumentar a produtividade da empresa, tão necessária num mercado competitivo”. Os autores declaram que esses fatores levaram os executivos e os estudiosos a se atentarem sobre as questões éticas, enxergando que a ausência de ética e a simples defesa do interesse próprio põem em perigo a sobrevivência das empresas e, portanto, dos seus próprios empregos (SUNG; SILVA, 1995, p. 66). 

Os valores individuais ligados à formação e à família do indivíduo são importantes. No entanto, “provavelmente a qualidade ética do grupo do trabalho, e não do desenvolvimento moral, é o mais importante para a determinação do comportamento das pessoas na empresa” (ENRIQUEZ, 1997, p.07). Ou seja, o ambiente e as pessoas que o compõem exercem influência uma sobre as outras, logo, uma equipe profissional ética consegue exercer boa influência em seu local de trabalho e nas relações com seus colegas. 

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1.3.1 Afinal o que é Ética Profissional?

No contexto profissional, a Ética diz respeito ao conjunto de comportamentos que promovem um ambiente organizacional regulado por valores construtivos. Na hora de uma contratação, a expectativa pela conduta ética está sempre presente. São vários os comportamentos esperados pelos mais diversos profissionais para que sejam considerados éticos.

Da mesma forma que os profissionais, as organizações também devem ser orientadas pelos padrões éticos sociais. Essas ordens são aplicadas internamente para o bom andamento dos trabalhos. Uma empresa que funciona a base da ética profissional tem grandes chances de prosperar no mercado, dando origem a uma imagem organizacional forte e transparente frente ao mercado de atuação. Assim, o agir com ética auxilia a manter as bases de uma empresa, o engajamento, o orgulho de pertencer e a admiração de todos os públicos de relacionamento, incluindo os clientes (PALMIERI, BRANCO, 2004).

Falando em relação ao profissional em si, são muitas as pressões que este sofre para forçá-lo a agir sem ética. Isso ocorre, porque numa visão de curto prazo, um comportamento não pautado pela ética pode aparentar ser mais vantajoso para o indivíduo. Os resultados das condutas éticas, muitas vezes, parecem ser distantes e pouco "rentáveis" para o profissional, mas suas consequências são sempre positivas. Isso porque contribuem para uma sociedade mais justa e honesta, numa visão de longo prazo.

Apesar de vivermos numa sociedade capitalista, é importante perceber que todos os projetos pelos quais trabalhamos, visam ao bem maior para a vida do ser humano. Esta percepção é o melhor motivador para adotarmos um comportamento ético como profissionais. E esse comportamento começa a ser moldado ainda no período como aluno, antes de nos tornar um profissional. 

Assim sendo, as relações para serem morais não podem ser contrárias ao que a justiça estabelece. Rios (2011, p.29) ensina que “quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se em vista um critério que é definido no espaço da moralidade”. Esta autora reforça, ainda, que é no espaço da moral que aprovamos ou reprovamos comportamentos e dizemos que estão corretos ou incorretos.

Situações morais, imorais e amorais

Fonte: adaptado de SROUR, Robert Henry. Ética empresarial, a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 30.

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1.3.2 Valor social da profissão 

Vamos voltar nossa análise para as profissões que atendem às necessidades sociais das pessoas como: saúde, educação, alimentação, lazer, habitação, por exemplo. Falo dos médicos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas, gastrônomos e gastrólogos, advogados, professores, engenheiros, administradores, contadores, agrônomos, etc. Estes profissionais lidam diretamente com a vida das pessoas, sua formação, sua alimentação, seu entretenimento, sua proteção, entre outros. Veja a importância destas pessoas e como o exercício ético de suas profissões pode influenciar nossas vidas de forma positiva ou negativa. 

Como vimos anteriormente, se por um lado, a sociedade se beneficia do profissional ético, e a reputação do profissional pode torná-lo uma pessoa digna de respeito e admiração. Neste sentido, Sá (2009, p.152) reforça: “os benefícios que os profissionais propiciam, cumprindo as responsabilidades de seus trabalhos, passam a dar-lhes notoriedade, ampliando o grau de satisfação em relação a eles e quase criando uma obrigação de retribuição moral por parte dos beneficiados.”

 

1.3.3 A importância da conduta ética no ambiente de trabalho

O objetivo da ética profissional é gerar reflexos positivos tanto para os colaboradores quanto para a empresa, à medida em que estimula a harmonia no ambiente de trabalho aumenta a produtividade e auxilia no desenvolvimento profissional das pessoas que fazem parte da organização.

Por isso, incentivar a ética no trabalho deve ser algo constante e de responsabilidade de todos que fazem parte da empresa. Para tanto, é preciso encorajar um clima organizacional saudável, por meio de incentivos de práticas baseadas no respeito mútuo e honestidade. Os funcionários que sustentam seus comportamentos e suas ações, almejando o respeito e a cooperação, também usufruem de um ambiente de trabalho ético (ROGOFF, 2005). 

Contratar funcionários éticos e coerentes, que partilhem desses valores é fundamental e, o setor de recrutamento e seleção tem grande responsabilidade neste ato. Por isso, já pensando nas futuras contratações e entrevistas que você passará, veremos a seguir um resumo sobre o “Kit de Entrevista de Candidatos”. Caso você queira conferir a entrevista completa, basta clicar em https://conteudo.kenoby.com/kit-entrevista-de-candidatos , fazer um cadastro rápido e já receberá o PDF por e-mail.

O checklist que veremos, a seguir, retrata as questões que, frequentemente, são feitas nas entrevistas para qualquer cargo. Visto isso, é importante saber o que pode ser perguntado em uma futura entrevista de emprego, ou se você for o gestor e responsável pelas seleções de sua empresa, você já saberá que caminho seguir, para conduzir corretamente e de forma ética uma entrevista com candidatos a uma vaga. 

Confira:

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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2. Virtudes necessárias ao exercício profissional ético

Virtudes básicas Para Sá (2009 p. 197-220), são virtudes necessárias para que o profissional atue de forma ética, são elas: zelo, honestidade, sigilo e competência, isso é o mínimo que um profissional precisa ter para o exercício ético de suas atividades. Vamos discutir um pouco cada uma delas: 

• Zelo – A presteza, a constância e o cuidado com que se desempenham as atividades profissionais são próprios de cada pessoa. Se um profissional considera que não consegue executar determinada tarefa, é mais digno recusar o convite para assumi-la do que aceitá-la mesmo sabendo que não terá o cuidado necessário para sua execução. É, portanto, antiético aceitar uma tarefa sabendo que não a executará com o zelo necessário. 

• Honestidade – A confiança e a sinceridade são princípios fundamentais na prática honesta de qualquer profissão para a qual o indivíduo se prepara e decide se dedicar. Nos noticiários, diariamente, vemos exemplos de profissionais de diferentes classes sociais, profissões, idades sendo questionadas por terem se corrompido, por terem agido de forma inapropriada, antiética. O fato de conviver num ambiente de corrupção não significa que se deva estar de acordo nem que se deva praticar atos indignos. Nada justifica a desonestidade. Agir com honestidade é parte do que se espera de um profissional ético. 

• Sigilo – Ainda que não tenha sido solicitada, a necessidade do sigilo deve ocorrer. Cabe ao profissional identificar sobre o que pode e o que não pode revelar a outra pessoa. Sabemos que profissões decorrentes das áreas do Direito, Medicina, Contabilidade, por exemplo, têm, no sigilo, a base da credibilidade do profissional que as exerce, no entanto, essa conduta pode ser aplicada a muitas outras profissões. Da mesma forma que a transparência com aquilo que precisa ser exposto, deve ocorrer. Por exemplo, em uma unidade de alimentação e nutrição, todos os protocolos de segurança alimentar precisam ser seguidos, e isso deve ocorrer de forma transparente, para que todos tenham conhecimento. 

• Competência – O exercício do conhecimento no desempenho de uma tarefa é essencial numa profissão, da mesma maneira que é digno de louvor aquele que admite não ter competência para oferecer serviços à altura da expectativa de quem os contrata. Rios (2011:85) associa a competência e a ética no contexto das organizações e valoriza o fato de que muitos profissionais não praticam o que defendem, ou seja, não colocam em prática suas próprias palavras. O falar tem pouca importância se não vier acompanhado do agir. As falas do profissional ético precisam estar de acordo com suas atitudes em seu ambiente de trabalho, nas suas relações com os colegas e com o público. 

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

2.1 Virtudes complementares ao exercício profissional ético

Acabamos de ver as virtudes necessárias, no exercício de uma profissão, para consolidar o relacionamento com clientes, colegas de trabalho e com a empresa ou empregador. Agora, iremos ver alguns exemplos de cada uma destas situações e você vai observar que, em cada uma destas situações, estão presentes as virtudes básicas que acabamos de ver. 

• Clientes – imagine uma empresa de refeições, com entrega delivery que não oferece atendimento pós-venda adequado. Coloque-se no lugar deste cliente. Qual sua reação? A orientação para aquele que recebe os serviços de um profissional é a emissão de uma opinião baseada no seu conhecimento, sua honestidade e sua competência. Errar é humano, mas ser negligente é antiético. Além disso, a responsabilidade pessoal sobre a orientação dada é indelegável. 

Uma vez que um profissional passa as orientações sobre a forma correta de armazenamento de um determinado alimento, informa qual a validade daquele produto, ele está assegurando ao cliente, que se este seguir suas orientações, a qualidade do produto será preservada. Se essas informações são dadas de forma inadequada, há grande possibilidade de o alimento estragar, ou ainda pior, ficar impróprio para consumo. Entende a proporção que as ações de um profissional podem ter?

• Colegas – gratidão é um sentimento que deve estar presente em nossas mentes, em nosso coração e expresso em nossas atitudes. Não são novas as frases: “tratar o outro como você gostaria de ser tratado” e “ame o próximo como a ti mesmo”. A fraternidade entre as pessoas amigas e entre os colegas de trabalho é desejável no âmbito do respeito ao ser humano e da ética no relacionamento. Por tanto, é muito importante que exista esse sentimento de gratidão entre os colegas de trabalho, isso fará com que a convivência seja mais leve e satisfatória. 

• Organizações de classe – as classes as quais pertencemos, face às profissões que escolhemos são formadas de profissionais que, como cada um de nós, busca o sucesso no desempenho de suas atividades. Buscando criar e manter uma imagem de credibilidade da classe profissional, são criados códigos de ética da categoria que orientam para a prática virtuosa da profissão. Uma classe de profissionais unida é uma classe que defende sua profissão, seus colegas e que luta por seus direitos. 

 • Remuneração – há casos em que o profissional se dedica a causas humanitárias ou então exercendo sua profissão sem remuneração. Mesmo nesta situação, é possível que a remuneração exista e seja feita em forma de alimentação, moradia ou serviços, por exemplo. Os honorários cobrados pelo profissional devido ao exercício de tarefas que demandam a aplicação de seu conhecimento acumulado costumam seguir uma tabela que os órgãos de classe elaboram. Seu objetivo é oferecer um preço justo para a contrapartida do trabalho feito. Profissionais que estipulam para seus serviços preços muito abaixo ou muito acima destas tabelas comprometem a credibilidade e a imagem da própria classe profissional. Isto é considerado antiético e pode ser punido por lei, em alguns casos.

 

Para você refletir: 

O que você tem feito para buscar o seu bem-estar bem como daqueles com quem você convive? Você vive em harmonia consigo e com as pessoas que o cercam? O que você pode fazer para promover esta harmonia, este bem estar?

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Como vimos, existem virtudes importantes que devem existir no exercício profissional. Essas virtudes fazem parte das características que todo profissional ético deve ter. O zelo, a honestidade, o sigilo e competência são as principais virtudes básicas.

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2.2 Consciência ética

Um determinado grupo precisa de equilíbrio entre seus integrantes para que estes possam conviver em harmonia, buscando o bem-estar de todos, bem como daqueles que o cercam. Este equilíbrio, conforme ensina Sá (2009:127) “só se encontra quando a autonomia dos seres se coordena na finalidade do todo”. Ou seja, quando cada membro do grupo age pensando em si e nos colegas. 

O motivo pelo qual o grupo existe deve ser a razão pela qual as pessoas que dele fazem parte tenham autonomia para tomar suas decisões. A conduta reta, positiva que busca o bem-estar individual e coletivo determina o comportamento ético e o exercício das virtudes. Falando em virtudes, vamos abordar, a seguir, brevemente, a questão da boa-fé. 

Quantas vezes você já se deparou com uma situação em que houve boa-fé por parte da pessoa com quem você estava negociando um automóvel, um imóvel, uma troca etc? Lembre-se como foi uma negociação tranquila e você saiu satisfeito. E quantas vezes você já se deparou com situações em que a outra parte busca de toda maneira levar vantagem sobre você, prejudicando-o, inclusive? Observe que esta busca pela vantagem a qualquer custo ocorre, muitas vezes, observando-se a lei. Veja o exemplo de pessoas que colocam à venda carros que não apresentam as condições anunciadas.

Neste sentido, Bessa (2006:14) demonstra que 

“a boa-fé transcende as particularidades formais e os interesses individuais evitando que as formas jurídicas sejam utilizadas para viabilizar atitudes nocivas pretendidas pelos contratantes.” 

A consciência de cada indivíduo é a regente de sua conduta. Sabemos que cada pessoa tem seu bom senso e sua percepção do que a cerca, tendo portanto, uma consciência própria baseada em seus próprios princípios. Quando é que falamos em falta de ética? Quando a consciência que rege o indivíduo se baseia em princípios que não são aceitos pela comunidade em que ele está inserido.

 Veja o exemplo da ocupação do Complexo do Alemão feita no final de 2010, no Rio de Janeiro. Por que as polícias federal, civil e as Forças Armadas invadiram aquele local, ocupado por traficantes, porque eles não têm ética? Na verdade, eles têm! É a ética deste grupo social que entende que as pessoas que dele fazem parte devem se comportar de uma determinada maneira.

A invasão aconteceu, porque a ética deste grupo não se baseia nos mesmos princípios de nossa sociedade. Nossa legislação não permite o tráfico de drogas, porque contraria estes princípios e, por este motivo, pune seus infratores. Observe então que as pessoas têm ética, o problema é que nem sempre sua ética está de acordo com aquela estabelecida pelo grupo ao qual pertence.

 

Neste sentido, Sá (2009:127) reforça que “O sentimento social é um imperativo na construção dos princípios éticos e estes são incompreensíveis sem aquele”. A força da lei é importante como reguladora da forma como os indivíduos se comportam na sociedade, considerando que a consciência de um não se baseia, necessariamente, nos mesmos princípios que a consciência do outro.

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2.2.1 Contexto cultural 

Ao trazermos a ética, a moral e algumas virtudes para o contexto profissional, observamos que tais questões estão presentes no cotidiano, representadas inclusive nos valores eleitos como sustentação para a tomada de decisão dos gestores, nas empresas. As pessoas que trabalham numa organização trazem de sua formação familiar complementada por sua experiência de vida os princípios dos quais não abrem mão. Estes princípios orientam, eticamente, um indivíduo quando servem como base para a tomada de suas decisões tanto no âmbito pessoal, como no planejamento de sua carreira profissional. 

O desafio da gestão empresarial está em combinar as características individuais dos funcionários, o contexto cultural em que a organização se insere e a cultura organizacional. Isto tudo, considerando-se, ainda, que o contexto cultural pode ser diferente mesmo dentro de um país e, além disso, diferentes de outros países.

 Moscovici (2008, p.280) reforça o fato de que:

“...atitudes e valores, crenças e ideologias predispõem as pessoas a perceber e interpretar as situações; a criar, analisar e avaliar possíveis linhas de ação e soluções; a fazer suas opções com tranquilidade e segurança no respaldo moral da escolha; ou, em caso contrário, a sofrer conflitos intra e interpessoais, sentimento de culpa, rejeição e isolamento.“

O comportamento das pessoas que trabalham em uma empresa é moldado pela cultura organizacional. Guerreiro Ramos citado por Passos (2004, p. 61) ensina que o ser humano tem pago um preço alto pela “condução instrumental das organizações produtivas” resultando na “insegurança, mau uso dos recursos naturais e a falta de gratificação no trabalho”. 

O comportamento ético, presente no trabalho de desenvolvimento interpessoal, precisa ser tão discutido quanto os aspectos técnicos em uma organização. Esta é a razão pela qual, unimos esses dois temas. O “contrato psicológico” citado por Moscovici (2008, p. 281) feito entre profissional, sua liderança e a empresa precisa contemplar aspectos relacionados à motivação, às expectativas e aos valores declarados versus praticados e transparência entre todas as partes.

 Ocorre que a moral brasileira é diferente da japonesa, que por sua vez, difere da chinesa, da americana, e assim por diante. O que é permitido aqui é proibido lá, exigindo adaptações constantes dos planos de ação das organizações assim como da formação dos profissionais.

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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3. A moral brasileira 

Você se lembra da série exibida pela TV Globo: “Você decide”? Antiga né? Mas servirá de exemplo para nossa disciplina. Acompanhe:

Em cada episódio, temas polêmicos eram apresentados e causavam discussões sérias entre o público que acompanhava do sofá de casa. Em um dos episódios exibidos, uma secretária recebia uma oferta “irrecusável” para servir como “laranja” de uma empresa fictícia e de uma “conta fantasma”. 

A pergunta que o episódio lançou para o público, foi: “Você abriria mão de seus princípios em nome de uma vida melhor?”. Srour (2003, p. 217) traz os resultados obtidos pelo programa de TV, nesses resultados 24,3% dos respondentes afirmaram que a secretária deveria denunciar o caso à polícia; outros 27,2% sugeriram que ela pedisse demissão e não revelasse nada a ninguém, e maioria: 48,5% optaram pela adesão da secretária ao esquema proposto. Se somarmos os dois primeiros resultados, teremos uma situação de quase empate entre o “sim” e o “não”. Isso nos faz pensar se a decisão em outro país teria sido diferente. O que você acha? 

Srour (2003, p. 220-221) aponta que influenciado por outras nações latino-americanas, o Brasil cultiva uma “dupla moral: a moral da integridade e a moral do oportunismo”. O autor qualifica de “mal-estar moral” o sentimento que nos leva à indignação diante das situações de imoralidade registradas em nosso país. Chama a atenção, contudo, para o fato de que esta indignação pode ser hipócrita já que a “moral do oportunismo” permite posturas coerentes com sua lógica.

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Vimos aqui, que a ética precisa ser cumprida mesmo quando ninguém está observando, porém, a realidade pode ser um tanto diferente disso. Aqui, estamos querendo mostrar que o que torna um profissional ético é exatamente o tipo de decisão que ele toma e principalmente se não se deixa corromper pelo “caminho mais fácil” ou a ausência de supervisão sobre suas atitudes. Fiquemos espertos, a ética profissional se forma antes mesmo de entrarmos no mercado de trabalho!

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3.1 O que a sociedade busca no profissional?

O profissional deve seguir os padrões éticos da sociedade e as normas e regimentos internos das organizações e da empresa na qual trabalha. A ética profissional proporciona ao profissional um exercício diário e prazeroso de honestidade, comprometimento, confiabilidade, entre tantos outros, que conduzem o seu comportamento e a tomada de decisões em suas atividades. A recompensa é ser reconhecido, não só pelo seu trabalho, mas também por sua conduta exemplar (FERRELL, 2001).

Com base nos valores morais existentes, há fundamentos da ética profissional os quais determinam que a sociedade valoriza e prioriza os profissionais que possuam os seguintes requisitos éticos:

Checklist da Ética Profissional

 

Honestidade enquanto ser humano e profissional

 

Postura Profissional, privilegiando as boas maneiras, a boa educação, a comunicação adequada, os bons hábitos, boa aparência e trabalho em equipe.

 

Perseverança na busca de seus objetivos e metas

 

Conhecimento geral e profissional para oferecer segurança na execução das atividades profissionais

 

Controle emocional nos relacionamentos pessoais e profissionais, visando  à administração de conflitos

 

Responsabilidade na execução de qualquer tarefa

 

Ambição na busca de crescimento pessoal e profissional

 

Iniciativa para buscar solucionar os problemas que surgirem

 

Eficiência na execução das tarefas, visando sempre aprimorar a qualidade

 

Eficácia ao fazer o trabalho, buscando atingir o resultado esperado

 

Imparcialidade na execução do trabalho e na apresentação de resultados e sugestões

 

Trabalho em Grupo de modo que seja construído um espírito de equipe

 

Atualização constante e contínua

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

3.2 Você sabe o que é um compromisso ético profissional? E conduta ética?

A autora Vanessa Morais nos diz muito bem o que é um compromisso ético profissional e o que é conduta ética, em um de seus textos. Veja a seguir:

“Quando optamos por uma profissão fazemos um juramento, que significa o comprometimento com a Ética Profissional, é a concordância voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício. É muito importante ter em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer como a generosidade, cooperação, não fazer somente o que lhe é imposto, mas buscar ir sempre além e um constante aprendizado e melhora. Independente da profissão que optamos por seguir é necessário estar sempre aberto e receptivo, além de tentar ser melhor a cada dia. Quando adquirimos essa consciência, contribuímos para a empregabilidade: a capacidade que você pode ter de ser um profissional que qualquer patrão gostaria de ter entre seus empregados, um efetivo colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom, os princípios éticos e morais são na verdade os pilares da construção de um profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e principalmente por sua moral. 

A ética profissional deve ser desempenhada com o máximo rigor, adotando-a antes mesmo de qualquer outro código, pois a moral juntamente com a ética deve ser cultivada para crescimento profissional e da instituição. Portanto, Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano, a Moral tem caráter obrigatório. Todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. A Ética e a Moral si completam, pois na ação humana, o conhecer e o agir são inseparáveis. Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem, deste modo, se formam numa mesma realidade.

Muitas vezes não é fácil ser Ético perante a sociedade, ela tenta nos “corromper”, busca recompensar nossos anseios materiais em troca de “favores”. No entanto como o próprio nome diz, vivemos em comunidade, e devemos buscar o bem comum a todos.

Podemos concluir que a ética disciplina o comportamento do homem, estabelece deveres para realização de valores, impõe normas consideradas obrigatórias pela sociedade. Este conjunto de normas morais deve orientar a conduta do indivíduo no ofício ou na profissão que ele escolhe para exercer. Assim, torna-se necessário mencionar que seja um profissional participante de uma atividade voluntária ou não, é necessário agir com o mesmo comprometimento que teria no mesmo exercício profissional se este fosse remunerado. Se a atividade é voluntária, foi sua opção realizá-la. Então, é eticamente adequado que a realize da mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida, pois ser Ético é ser social.” (https://www.recantodasletras.com.br/resenhas/1491350)

“Para que haja conduta ética é preciso que exista o AGENTE CONSCIENTE, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício” (CHAUÍ, 1997, p. 337).

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

 

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3.2.1 Conduta ética e ética profissional no mercado de trabalho

O avanço tecnológico, o crescimento vertiginoso da informação e dos meios de comunicação e  a cibernética têm construído novas percepções e novos espaços para atuação profissional. Em meio ao cenário caótico nacional, problemas políticos, desigualdade social, falta de infraestrutura para educação e para saúde, tudo isso faz com que a ética seja um dos principais assuntos abordados em escolas, universidades, trabalho e até mesmo nas ruas.

Com a população mais consciente das questões morais e da responsabilidade social com que as autoridades e as empresas devem prestar à sociedade e ao meio ambiente, houve um aumento da fiscalização e da cobrança pelo comprometimento ético destes órgãos. Com isso, a ética ganhou um novo valor, o valor estratégico. As empresas se viram obrigadas a modificar seus conceitos, quebrar paradigmas e apresentar uma postura mais transparente, humana e coerente para não perder público.

Neste contexto, a ética profissional que deveria ser uma virtude enraizada do indivíduo, tornou-se parte da estratégia organizacional e, consequentemente, um diferencial competitivo no mercado de trabalho. No entanto, quando a empresa adota a ética profissional como uma estratégia de mercado, ela também contribui com desenvolvimento do profissional, que precisa melhorar suas habilidades com relacionamentos interpessoais e liderança (AGUILAR, 2000).

Um profissional com habilidades de liderança e relacionamento difunde valores éticos, preza pela harmonia, no ambiente de trabalho, e coloca em primeiro lugar o respeito às pessoas e o comprometimento com o trabalho (https://www.sbcoaching.com.br/etica-profissional-importancia/). 

E é necessário ressaltar que os líderes precisam ser profissionais éticos, para desenvolver as competências do cargo com êxito. Os que optam pela ética preferem oferecer feedbacks, em vez de deixar o ambiente de trabalho desarmônico, e são honestos quanto às próprias condições, ou seja, não inventam mentiras para se ausentar das falhas.

Cultivar a ética profissional, no ambiente de trabalho, traz benefícios e vantagens a todos, uma vez que ela proporciona crescimento à empresa e a todos os envolvidos.  Com uma conduta ética bem estruturada é possível, o trabalho em equipe e o respeito mútuo entre todos colaboradores.

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

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3.2.2 Exemplos de ética profissional no trabalho

Confira abaixo alguns exemplos de ética no ambiente organizacional:

Comprometimento

O comprometimento deve ser uma atitude constante. Primeiramente, é preciso comprometer-se com o próprio desenvolvimento e se comportar de forma adequada, ou seja, ter atitudes apropriadas para alcançar seus objetivos e metas. O único caminho para isso é entregar os resultados esperados pela organização.

Também é necessário estar comprometido com os líderes, colegas de trabalho e clientes. O profissional, ao desempenhar sua função com excelência, de forma automática contribuirá para o desenvolvimento de toda a empresa.

Integridade

É indispensável ser honesto com a liderança e demais profissionais, mantendo a transparência nas atividades exercidas, de forma a garantir que todos sejam influenciados de forma positiva com seu trabalho, de maneira direta ou indireta.

Meritocracia

Para a liderança, é preciso evitar o favoritismo, ou seja, basear suas decisões de promoção em resultados correspondentes às expectativas e necessidade da empresa.

Humildade

No ambiente empresarial, são tomadas todas as medidas para que os erros sejam evitados. No entanto, empresas são feitas de pessoas e, por isso, os erros podem acontecer, vez ou outra. Caso aconteça com você, seja humilde para reconhecer o equívoco e corrigi-lo, com o objetivo de amenizar os prejuízos (https://kenoby.com/blog/etica-profissional/). 

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Vimos dez importantes dicas para construção de postura ética do ambiente profissional, são elas:   ser honesto, respeitar o sigilo, ter comprometimento, agir com prudência, ser humilde, não prometer o que não pode cumprir, saber fazer e receber críticas, respeitar a privacidade e evitar fofocas. Além disso, vimos exemplos de ética no ambiente de trabalho, envolvendo o comportamento, a integridade, o não favoritismo e a humildade.

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3.2.3 Atitudes que demonstram falta de ética profissional

A competição existe e sempre existirá nos ambientes profissionais. Contudo, isso não significa, em momento algum, que deva prevalecer a falta de caráter ou o desvio de conduta.

É preciso ter em mente que espaço para profissionais bem preparados existe — afinal, destacar-se pela habilidade é muito mais honrado do que tomar comportamentos questionáveis para tal, como mentir, roubar ideias e diminuir o trabalho de colegas.

O conhecimento e as habilidades técnicas do profissional não serão o bastante, caso a organização para a qual ele trabalha entenda que não pode confiar nele para gerir grandes responsabilidades (AGUILAR, 2000). 

 

3.2.4 Manutenção de um ambiente de trabalho saudável e harmonioso

Um ambiente em que prevaleça a cordialidade e a cooperação é vantajoso para todos. Por isso, atitudes como falar mal do chefe, colaborar com fofocas ou realizar brincadeiras de mau gosto são recriminadas pela ética profissional. A empatia vale muito nesses momentos e a regra é clara: não fazer com o outro o que não gostaria que fizessem com você.

 

3.2.5 Educação e respeito entre todos

As normas para o ambiente profissional são semelhantes às do nosso cotidiano familiar e social, mas as consequências de uma má conduta profissional geralmente trazem prejuízos mais relevantes. Assim, evitar a todo custo abrir documentos que não estão sob sua responsabilidade, ter educação ao corrigir um subordinado e respeitar a privacidade dos outros profissionais são algumas condutas básicas (mas não menos importantes!) que devem ser observadas (NALINI, 2014). 

 

3.2.6 Obediência às regras e hierarquia da empresa

Respeitar a hierarquia é fundamental para um bom ambiente de trabalho. Não atentar para esta regra e permitir que questões pessoais interferiram nas relações de trabalho,  é uma falta grave. Insubordinação às regras também é uma conduta que desvaloriza a postura profissional de qualquer colaborador (NASH, 1993).

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3.2.7 Como fortalecer as atitudes éticas dentro da empresa

Com a intenção de alcançar metas estratégicas, as empresas podem criar suas próprias regras para assegurar o bom funcionamento dos processos de trabalho. Quanto maior for a empresa, maior será a necessidade de adoção do Código de Conduta Ética. Esse é um instrumento que torna padrão os procedimentos de trabalho e conduz normas e valores de conduta para todos os setores da organização de forma igualitária.

O processo de elaboração do Código envolve a participação de funcionários de diferentes departamentos, a fim de tornar o documento acessível e adequado para todos, da forma mais democrática possível. De modo geral, é conduzido pelo departamento de Recursos Humanos, com a formação de um Comitê de Ética, ou pode ser criado por uma Consultoria externa — o que não é o ideal, mas aceitável, caso o setor de RH não possa suportar essa demanda.

Todos os funcionários devem receber uma cópia do Código como instrumento de trabalho e serem orientados a consultá-lo regularmente. Os líderes são as pessoas responsáveis por sanar as dúvidas, caso elas venham a surgir.

Finalmente, é preciso entender que, ao contrário do senso comum, o incentivo à ética profissional, no ambiente de trabalho, não está relacionado a criar uma regra rígida para os funcionários. Um ambiente profissional gerido por padrões morais assegurará benefícios para todos os que fazem parte da empresa, o que contribuirá para o crescimento da organização e o aperfeiçoamento profissional da equipe (https://kenoby.com/blog/etica-profissional/). 

 

3.3 Atitudes antiéticas que todo profissional deve evitar 

Se até aqui, buscamos entender e valorizar a ética profissional, precisamos saber o que caracteriza um comportamento antiético para evitá-lo a qualquer custo. Vamos olhar alguns exemplos de atitudes antiéticas:

  • Assédio sexual

  • Assédio moral

  • Tráfico de influência ou informação

  • Discriminação ou insinuação

  • Utilização de trabalho subvalorizado (escravidão ou semi-escravidão)

  • Associação com pessoas ou empresas que praticam atividades duvidosas

  • Sonegar impostos

  • Se aproveitar de situações de exposição ou fraqueza para obter vantagens.

Olhando para essas condutas, podemos constatar que qualquer atitude que cause desconforto, problemas ou algum tipo de dano a pessoas, à sociedade ou ao meio-ambiente é reprovável eticamente.

Se você for vítima, nunca fique calado. Em alguns casos, como assédio sexual ou moral dentro de uma empresa, a vítima deve exigir providências do Departamento de Recursos Humanos. Em outras situações, como sonegação de impostos ou trabalho subvalorizado, pode ser feita uma denúncia às autoridades competentes (https://www.voitto.com.br/blog/artigo/o-que-e-etica-profissional). 

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Agora que já tivemos uma boa ideia dos conceitos iniciais envolvendo ética profissional, seguem alguns links interessantes para te ajudar a conhecer ainda mais sobre os seguintes temas:

Vídeo sobre noções de ética e moral: https://www.youtube.com/watch?v=zQzK5xWRFIc&t=762s 

Vídeo sobre ética profissional: https://www.youtube.com/watch?v=egjGB9mqp74&t=349s 

E-book com mais conceitos sobre ética profissional:

https://www.nre.seed.pr.gov.br/arquivos/File/guarapuava/eudcacao_profissional/etica_prof2.pdf

 

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